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ANP: crise não afastará investidores da 10ª Rodada

Por Kelly Lima
Atualização:

O diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, descartou qualquer possibilidade de a crise internacional afastar investidores tanto da 10ª Rodada de licitações que acontece em dezembro quanto do desenvolvimento das áreas já concedidas. "Esta crise é conjuntural e não deverá atrapalhar o plano estratégico de empresas que programam seus investimentos para um futuro de dez anos", disse em entrevista após participar da primeira audiência pública de detalhamento das áreas que serão ofertadas na 10ª Rodada. A audiência conta com a presença de pelo menos 120 representantes da indústria do petróleo. Além de especialistas, consultores e advogados do setor, estão presentes executivos das principais companhias que atuam no País, como Petrobras, Chevron, El Paso, Exxon e Norse. Nenhum participante, no entanto, quer comentar a atratividade desta rodada, que foi amplamente criticada devido à ausência de blocos offshore (localizados no mar). "É claro que a rodada perde a atratividade para grandes companhias. Mas ainda assim há áreas interessantes, principalmente para a exploração de gás natural, como a Bacia do Parecis (MT), ou os blocos na Amazônia", comentou o consultor John Forman, ex-diretor da ANP. Patrícia Padral, executiva da Chevron, também revelou que os geólogos da companhia estariam avaliando as áreas ofertadas. Apesar de não participar de nenhuma concessão em terra no Brasil, ela lembrou que a Chevron explora outras áreas deste tipo em diversos países. Para o diretor-geral da ANP, "a empresa que não entrar nesta rodada é que vai estar perdendo". "O Brasil só tende a ganhar, porque haverá mais espaço para as empresas brasileiras de pequeno e médio porte participarem. Esta rodada será uma grande rodada. Pode não ser a maior, mas tem tido uma boa atratividade", afirmou Lima. Os números do leilão, no entanto, não indicam um porte elevado para este certame, em comparação com os anteriores. Os bônus de assinatura para os 130 blocos em terra que serão oferecidos em sete bacias sedimentares variam entre R$ 61 mil e R$ 480 mil e prevêem uma arrecadação total de R$ 240 milhões (se todas as áreas fossem arrematadas pelo bônus mínimo). Este valor corresponde a um único bônus proposto pela ANP por um bloco na 9ª Rodada, que estava localizado na Bacia de Santos, e foi retirado por decisão do Conselho Nacional de Política Energética, por estar localizado nas proximidades do megacampo de Tupi.

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