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Apesar de prejuízo, Petrobrás pagará             R$ 856 milhões de PLR

Acordo coletivo determina que a participação nos resultados seja paga, mesmo em caso de prejuízo

Por Antonio Pita
Atualização:

RIO - Apesar do prejuízo de R$ 21,6 bilhões registrado no ano passado, a Petrobrás vai pagar R$ 856 milhões aos seus empregados a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O Acordo Coletivo de Trabalho, firmado em setembro do ano passado, prevê que a companhia pague um valor mínimo de participação nos lucros mesmo quando for registrado prejuízo. O argumento é que a PLR se aplica sobre as atividades operacionais dos trabalhadores, como o resultado da produção. "A empresa pode não ter lucrado, mas os resultados da produção foram muito bons, com o lucro bruto aumentando 15%, e refletem o comprometimento do corpo técnico da Petrobrás, que não pode ser confundido com o bando que assaltou a empresa", disse Silvio Sinedino, representante dos trabalhadores no conselho de administração da estatal.

Silvio Sinedino, representante dos trabalhadores no conselho de administração da Petrobrás Foto: Fabio Motta/Estadão

Sinedino destaca que o prejuízo registrado no balanço é consequência direta da corrupção e da perda de valor dos ativos. "Sem esta medida saneadora, a Petrobrás teria apresentado um lucro líquido acima de R$ 20 bilhões. O lucro bruto, por exemplo, teve um aumento de 15% em relação a 2013, passando de R$ 70 bilhões para R$ 80 bilhões." Apesar de milionário, a PLR deste ano será 58% menor que a paga no ano passado.Voto contra. O representante dos trabalhadores no conselho rejeitou os dados e a metodologia proposta para as perdas com corrupção no balanço da Petrobrás. Para ele, o relatório contém "erros graves" em relação à baixa contábil da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O primeiro trem da Refinaria não foi incluído entre os ativos afetados por desvios de corrupção no relatório. O documento considera apenas perdas de R$ 9,1 bilhões relativas ao adiamento da segunda etapa (trem) suspensa diante da atual limitação de caixa da empresa. "Não baixar agora o que já se tem certeza - o sobrepreço no primeiro trem da Rnest - significa que daqui para a frente a rentabilidade será sempre rebaixada em função desse peso morto que estaremos carregando", publicou Sinedino em seu site. Uma das principais obras sob investigação da Operação Lava Jato, a refinaria partiu de um orçamento de US$ 2,3 bilhões para US$ 18,5 bilhões.

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