Após reação sutil na manhã desta sexta-feira, 12, ao rebaixamento do Brasil pela S&P Global Ratings, os ativos praticamente ignoraram o fato durante o resto do dia. Tanto assim que o dólar caiu a R$ 3,20, no nível mais baixo em quase três meses, seguindo de perto o rumo da divisa em relação a outras moedas.
A bolsa brasileira teve um modesto recuo afetada pelas ações do setor financeiro, que também tiveram suas notas rebaixadas na esteira do corte do rating soberano. Ainda assim, o índice conseguiu sustentar os 79 mil pontos e fechou praticamente estável com ajuda das ações de Petrobrás e Vale, empresas que escaparam da piora da avaliação da S&P e têm a preferência dos investidores não-residentes, que continuam com apetite por ativos de risco
Lá fora, a imposição de sanções ao Irã pelos Estados Unidos deu fôlego às cotações do petróleo e de ativos de maior segurança como títulos longos do Tesouro americano, ouro e iene. Os índices acionários de NY, por sua vez, se sustentam no azul e sinalizam novos patamares históricos ao final do pregão, a despeito de a aceleração do núcleo da inflação ao consumidor nos Estados Unidos ter devolvido a expectativa de elevação de juros pelo Federal Reserve no curto prazo.
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O exterior continuou prevalecendo mesmo num contexto de piora da nota de risco brasileira. A leitura dos agentes é de que o rebaixamento já estava precificado. Além disso, muitos concordam com o governo na análise de que o corte da nota de risco pode ajudar a pressionar e sensibilizar o Congresso sobre a necessidade de aprovar a reforma da Previdência para ajustar a crise fiscal do País. De todo modo, Lisa Schineller, diretora-executiva de ratings soberanos da agência afirmou que uma eventual aprovação da reforma da Previdência Social em 2018 não altera a expectativa para a evolução das condições fiscais do Brasil para este ano.