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Aplicadores aceitaram melhor a dívida pública

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Por Redação
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A dívida pública federal em títulos aumentou de R$ 2,247 trilhões, em janeiro, para R$ 2,329 trilhões, em fevereiro, avanço de R$ 82 bilhões ou 3,64% no mês. Os maiores tomadores foram as instituições financeiras, os fundos de investimento e as carteiras de previdência, indicando maior disposição de comprar os papéis federais. É uma notícia favorável, que veio acompanhada de outros aspectos não tão positivos.O Tesouro aceitou vender títulos de prazo mais curto: o prazo médio da dívida pública federal caiu, no mês, de 4,59 anos para 4,54 anos. Ainda é melhor do que em dezembro, quando a rolagem da dívida foi pressionada e o prazo médio reduziu-se a 4,42 anos. Mas é sinal de que, para os investidores, a normalização da política fiscal ainda não ocorreu.Foram colocados principalmente títulos prefixados, com emissão líquida de R$ 41,5 bilhões, seguindo-se os papéis com taxas flutuantes (indexados pela Selic), que atraíram R$ 17 bilhões - estes são papéis que o governo evita vender, pois o rendimento depende da política monetária, que depende da inflação e deve manter o maior grau possível de liberdade.A recompra de quase R$ 2 bilhões em títulos corrigidos pelo câmbio teria reduzido a dívida, não fosse a desvalorização do real da ordem de 8%. Só por isso a dívida em papéis cambiais registrou leve aumento de participação na dívida (0,1%).Um aspecto favorável diz respeito às operações do Tesouro Direto, que estimulam a compra de papéis federais por pequenos aplicadores. Em fevereiro, as emissões totais do Tesouro Direto foram de R$ 544,4 milhões, com saldo líquido de R$ 366,3 milhões. O governo anunciou, há alguns dias, a mudança nos nomes das aplicações, para facilitar o entendimento dos aplicadores: LTN passou a ser Tesouro Prefixado; NTN, Tesouro IPCA; e LFT, Tesouro Selic. Entre janeiro e fevereiro, o estoque total das operações do Tesouro Direto aumentou 3,7%, atingindo R$ 15,9 bilhões.Mas o fato mais importante é que os investidores estrangeiros voltaram a aumentar sua participação na dívida pública, ampliando o estoque de papéis que detêm em quase R$ 17 bilhões, chegando a R$ 448,9 bilhões aplicados, ou 20,28% do total das emissões. É sinal de que os juros elevados bastam para manter a atratividade dos papéis brasileiros. O temor de rebaixamento da classificação do País pelas agências de rating ficou, assim, em segundo plano.

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