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Apoio à reforma da Previdência é o maior desde denúncia contra Temer, diz Marun

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, acredita que o apoio à reforma da Previdência cresceu e voltou ao patamar visto em maio do ano passado, quando surgiram denúncias dos irmãos Joesley contra Michel Temer

Por Fernando Nakagawa e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, acredita que o apoio à reforma da Previdência cresceu e voltou ao patamar visto em maio, quando surgiram denúncias dos irmãos Joesley contra o presidente Michel Temer. "Desde maio não vivemos um momento tão positivo para aprovação da reforma", disse em entrevista no Palácio do Planalto.

"Hoje, voltamos ao patamar de voto que tínhamos em maio quando a conspiração asquerosa impediu a aprovação da reforma", disse.

Ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo Foto: Foto: Dida Sampaio|Estadão

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Mas, a três semanas da data marcada para a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o governo ainda não tem os votos necessários para aprovar a proposta, admitiu Marun.  Ele ressaltou, porém, que está confiante no apoio dos deputados à mudança nas regras de aposentadoria e pensão e rechaçou qualquer possibilidade de novo adiamento da votação. Segundo o ministro, o governo não trabalha com hipótese que não seja a de votação em fevereiro."Ao mesmo tempo em que ainda não temos esses votos, e eu não minto, então não mentiria a respeito disso, nós vivemos uma situação que é a melhor desde maio de 2017, quando iniciou aquela conspiração que buscava derrubar o presidente e que fez como principal vítima essa necessária reforma", disse.O ministro também demonstrou confiança na "responsabilidade" do Congresso Nacional em momentos de necessidade, embora tenha reconhecido antes que o fator eleitoral tem pesado mais para alguns parlamentares evitarem apoiar a proposta. "Conheço o Congresso Nacional, conhecemos nível de responsabilidade do nosso Parlamento, que nos momentos decisivos e essenciais nunca falta para com o Brasil", afirmou Marun.Discurso convincente.  O ministro-chefe da Secretaria de Governo também disse que Temer foi "convincente" ao defender a Reforma da Previdência e falar sobre a importância da aprovação do novo texto para as contas públicas e a população. Desde sábado, Temer participou de três programas de TV e um de rádio, nos quais falou sobre a necessidade de mudanças nas regras de aposentadoria.

Segundo o ministro, "essa estratégia (de conceder entrevistas em programas populares) faz parte deste contexto de esclarecimento a respeito da reforma". O ministro acrescentou ainda que, "se 100% da população estivesse esclarecida, nós teríamos 90% de aprovação da população à reforma". E explicou: "Não temos 90% porque ainda não conseguimos esclarecer a todos".Ele lembrou que as contas da Previdência estão em déficit cada vez maior - no ano passado, o rombo foi de R$ 268,8 bilhões entre INSS e o regime dos servidores públicos federais. Além disso, já houve o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's e, segundo Marun, há o risco de novos rebaixamentos. "Penso que ser contra reforma da Previdência é quase que assinar atestado de irresponsabilidade", afirmou.

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