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Após acordo com Vaio em notebooks, Positivo prepara novo smartphone

Batizado Quantum, novo smartphone foi desenvolvido fora da empresa, mas será produzido pela Positivo; produto deve ser lançado na semana que vem

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Por Fernando Scheller
Atualização:
Fábrica da Positivo, em Curitiba: empresa tem cerca de 4 mil funcionários Foto: Denis Ferreira Netto/Estadão

SÃO PAULO - A Positivo Informática prepara uma nova empreitada em smartphones. O novo produto, segundo apurou o 'Estado', será batizado Quantum. Ao contrário dos aparelhos atuais da fabricante paranaense, o celular teria sido desenvolvido por empreendedores de fora da companhia. O lançamento está previsto para a semana que vem, em São Paulo, e poderá representar um "recomeço" da empresa em um setor no qual ela ainda não conseguiu decolar e ainda enfrenta concorrentes globais com mais fôlego para investir, como Samsung, Motorola e LG.

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O Quantum, que deverá ter um lançamento com mais "barulho" e investimento em marketing do que os já feitos pela Positivo no segmento, mostra que a fabricante está tentando reinventar sua linha de produtos e desenvolver uma estratégia que desassocie os lançamentos da marca principal. Na semana passada, a empresa fechou contrato para produzir no País os notebooks da marca Vaio. A marca pertenceu à Sony durante 20 anos, mas foi vendida em 2014. A disposição em apresentar novidades ao mercado tem razão de ser: os resultados da Positivo Informática pioraram nos últimos tempos, e a ação da empresa está perto das mínimas históricas. No segundo trimestre, a Positivo fechou com prejuízo de R$ 39,6 milhões. A receita caiu 22%. A companhia tem forte dependência das compras do governo, que caíram 44,6% no segundo trimestre, em relação a igual período de 2014.

Além disso, o cenário econômico não está ajudando: as vendas de PCs estão em queda há vários trimestres e a de smartphones andou para trás pela primeira vez em maio, com um recuo de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o IDC. Apesar do movimento recente da empresa ser considerado positivo - a companhia também está buscando mercados no exterior e abriu uma fábrica em Ruanda em julho -, a Positivo precisará apresentar resultados concretos para voltar a ser atraente para os investidores, de acordo com Danilo de Júlio, analista da corretora Concórdia. "Nossa recomendação é a saída da ação", diz Júlio. Ontem, o papel fechou cotado a R$ 1,87, em queda de 1,6%.

Marca confiável. A associação com a Vaio, segundo Sandro Cimatti, diretor-geral da consultoria CMA, é uma estratégia sagaz de marketing. "Se a Positivo fizer um bom trabalho em todas as frentes, no produto, na embalagem e na apresentação, pode ser uma forma de a empresa ter um produto premium", diz o especialista. Já o novo celular, o Quantum, é uma incógnita. "Em relação à Positivo, já é uma vantagem, pois a marca sofre rejeição de parte dos consumidores. E o produto é uma forma de aproveitar uma capacidade de produção que já existe. Com o dólar a R$ 3,60, é vantagem produzir por aqui."

A presença da Positivo em smartphones é discreta. De abril a junho, a empresa vendeu 110 mil unidades, mas o produto só respondeu por 3% de suas vendas no varejo. Júlio, da Concórdia, diz que disputar mercado com marcas globais, como Motorola, LG e Samsung, é difícil. "A Lenovo também não teve sucesso com smartphones."

Procurada, a Positivo não quis dar detalhes sobre o projeto do Quantum.  

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