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Após acusação de suborno no México, Wal-Mart tem uma das piores crises de sua história

Ações da empresa despencaram na Bolsa de Valores de Nova York, chegando a perder 5% de seu valor ao longo do dia

Por Gustavo Chacra e Correspondente
Atualização:

NOVA YORK - O Wal-Mart, principal rede de varejo do mundo, enfrenta uma das maiores crises administrativas de sua história depois de a sua filial no México ter sido acusada de subornar autoridades do país em reportagem publicada no New York Times.

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As ações da empresa despencaram na Bolsa de Valores de Nova York, chegando a perder 5% de seu valor ao longo do dia. Analistas preveem uma batalha legal para a companhia que pode durar anos. Alguns dos principais executivos da empresa correm o risco de perder seus empregos.

De acordo com o New York Times, o Wal-Mart não levou adiante uma investigação para apurar se o seu braço mexicano, conhecido como WalMex, subornou autoridades do país para abrir filiais. Hoje uma em cada cinco lojas da rede de varejo se localiza no México.

Inicialmente, o Wal-Mart teria enviado uma missão para verificar os gastos de US$ 24 milhões com suborno. Depois de descobrir as irregularidades, segundo a reportagem do New York Times, a sede nos EUA não teria levado adiante o caso e tampouco teria informado a Justiça mexicana e americana.

Depois de avisado pelo New York Times de que seria publicada uma reportagem sobre o escândalo, o Wal-Mart entrou em contato com a Securities and Exchanche Comission (SEC, uma espécie de Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) e com o Departamento de Justiça. Os dois órgãos não comentaram o episódio.

Caso comprovadas as acusações, o Wal-Mart terá violado a Lei de Práticas Corruptas no Exterior, do Departamento de Justiça americano, que já pediu explicações à empresa.

Um dos envolvidos é o atual vice-presidente do Wal-Mart, Eduardo Castro-Wright, que depois de dirigir a WalMex assumiu o comando da empresa nos Estados Unidos. A especulação é de que ele possa ser removido do cargo enquanto as investigações prosseguem.

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Em seu site na internet, o Wal-Mart afirmou que "não tolera o descumprimento da Lei Contra Práticas de Corrupção no exterior em nenhum nível da empresa e em nenhum lugar". Segundo David Tovar, vice-presidente de comunicação corporativa, "uma investigação começou em meados do ano passado".

O Wal-Mart possui lojas em 27 países, incluindo o Brasil, e atende 200 milhões de clientes por semana. Ao todo, a empresa emprega 2,2 milhões de pessoas e suas vendas devem atingir US$ 444 bilhões neste ano.

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