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Após Brasil e EUA, Oi obtém proteção contra credores no Reino Unido

Operadora também recebeu parecer favorável ao pedido de recuperação judicial do Ministério Público do Rio de Janeiro

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Mariana Sallowicz , Cynthia Decloedt (Broadcast) e Bernardo Caram
Atualização:
Operadora está protegida temporariamente de ações e execuções Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

A Oi obteve nesta quinta-feira, 23, proteção contra os credores no Reino Unido, decisão que se soma às da corte norte-americana e do Brasil. A operadora de telefonia brasileira está protegida temporariamente de ações e execuções antes mesmo de ter aprovado seu pedido de recuperação judicial no País, feito na segunda-feira, no qual alegou uma dívida total de R$ 65,4 bilhões. Também nesta quinta, o Ministério Público deu parecer favorável ao pedido de recuperação, que ainda aguarda aprovação da 7ª Vara Empresarial do Estado.

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Depois da forte volatilidade observada até quarta-feira, as ações ordinárias da empresa fecharam com forte alta, de 35,94%. Durante o pregão, os papéis chegaram subir quase 100%, impulsionados por uma operação cruzada de compra e venda de ações, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Segundo operadores, o Itaú comprou 9,692 milhões de ações ON e o Morgan Stanley vendeu 8,865 milhões desses papéis. Já as ações preferenciais subiram 13,75%. Segundo analistas, o mercado reagiu às possíveis mudanças na legislação atual das teles, que determina que, ao fim do contrato, bens como imóveis e equipamentos precisam ser devolvidos à União.

Enquanto aguarda aprovação de recuperação judicial para dar prosseguimento às negociações com os credores, a companhia tem conseguido se blindar contra a pressão dos “hedge funds” do exterior. Muitas dessas carteiras são especializadas em comprar ações de empresas e governos com problemas para lucrar com litígios na Justiça.

Nesta sexta-feira, 24, a associação que integra participantes do mercado de derivativos (que apostam em empresas problemáticas), Isda, decidirá se o pedido de recuperação judicial da Oi acionará os Credit Default Swap (CDS), instrumento financeiro que é uma espécie de seguro contra calote de um emissor (a Oi, nesse caso).

Se isso ocorrer, as instituições financeiras que venderam a proteção precisarão honrar esse compromisso. Uma fonte disse ao Broadcast que há cerca de US$ 14 bilhões desses contratos de proteção firmados sobre títulos da Oi, garantidos pela Portugal Telecom, o que significa que essas entidades terão de desembolsar tal montante.

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