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Após impasse em rede de supermercado, funcionários do Carrefour entram em greve

Pauta de reivindicações dos empregados do Rio de Janeiro inclui a exigência de pagamento de adicional de 100% sobre as horas trabalhadas nos feriados e domingos

Por Fernanda Nunes
Atualização:

Os funcionários cariocas da rede de supermercados Carrefour entraram em greve na segunda-feira, 18. Em assembleia, o Sindicato dos Comerciários do Rio definiu também uma pauta de reivindicações que vai ser apresentada à empresa. Assim, vão aproveitar o período de festas e de mais movimentação de consumidores nas lojas para pressionar por melhorias nas condições de trabalho.

A rede Carrefour informou que cumpre integralmente a Convenção Coletiva assinada entre o Sindicato dos Empregados e dos Empregadores. Foto: Ahmad Yusni|EFE

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"A paralisação poderá ser deflagrada a qualquer momento caso o Carrefour não atenda às demandas ou continue com as ameaças e retaliações aos funcionários que participam do movimento", informou o sindicato em comunicado.

Os primeiros empregados de redes de supermercado a demonstrarem insatisfação com as condições de trabalho foram os da rede Mundial. Eles cruzaram os braços no mês passado, em resposta à decisão da empresa de cortar compensações pelas horas trabalhadas nos domingos e feriados. Os empresários entenderam que poderiam promover os cortes depois que a atividade foi inserida no grupo de essenciais, em decreto assinado em agosto pelo presidente Michel Temer.

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"Após a vitória do movimento grevista no Mundial, o sindicato foi procurado por uma comissão de trabalhadores do Carrefour, que relatou a insatisfação e disposição de luta dos funcionários da rede. Além do fim do adicional de 100% nos feriados, a comissão relatou uma série de outros problemas. Neste sentido, ficou decidida a convocação da Assembleia para debater e aprovar a pauta de reivindicações", traz a nota do sindicato.

A pauta de reivindicações dos empregados do Carrefour inclui a exigência de pagamento de adicional de 100% sobre as horas trabalhadas nos feriados e domingos. Os trabalhadores pedem também a reintegração dos demitidos por terem participado das reivindicações; folgas adicionais pelo trabalho nos feriados; fim do desvio de função; intervalo de 15 minutos para lanche e fim do assédio moral, entre outras reivindicações.

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Segundo o sindicato, o Carrefour primeiro anunciou que pagaria o adicional aos funcionários referente aos últimos feriados trabalhados. Como não se comprometeu, no entanto, em pagar o mesmo nos próximos feriados, a mobilização dos funcionários se intensificou. "O Carrefour então apelou para a estratégia do medo, promoveu demissões alegando 'corte de despesas' e distribuiu ameaças por meio dos seus gerentes. Contudo, os trabalhadores não se intimidaram e prometem levar o movimento às últimas consequências", segundo o sindicato.

A rede Carrefour informou que cumpre integralmente a Convenção Coletiva assinada entre o Sindicato dos Empregados e dos Empregadores, motivo pelo qual não prevê nenhum tipo de paralisação. "A empresa reforça ainda seu compromisso com os colaboradores e com o cumprimento integral da legislação, permanecendo sempre à disposição para dialogar com as entidades representativas respeitando os limites da lei e da convenção estabelecida entre as partes", declarou a empresa em nota enviada à reportagem.

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