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Após meses de negociação, Canadá, EUA e México anunciam acordo para substituir o Nafta

Segundo um comunicado conjunto, o pacto EUA-México-Canadá (USMCA) ‘resultará em mercados mais livres, comércio mais seguro e crescimento econômico mais robusto’ na região

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O Canadá e os Estados Unidos anunciaram neste domingo, 30, um novo acordo comercial trilateral junto ao México depois de meses de negociação, que substituirá o Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta, na sigla em inglês).

O comunicado conjunto diz que o pacto fortalecerá a classe média e criará "bons trabalhos bem pagos e novas oportunidades" para cerca de 500 milhões de pessoas "que chamam a América do Norte de lar" Foto: Edgard Garrido / Reuters

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"Hoje, Canadá e EUA fecharam junto com México um novo e modernizado acordo comercial para o século 21: o EUA-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês)", informaram em comunicado conjunto o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e a ministra canadense das Relações Exteriores, Chrystia Freeland.

O acordo surge quatro dias depois de Lighthizer dizer no Congresso americano que as divergências entre os dois países eram grandes demais para serem superadas no prazo que havia sido imposto pelos EUA, ou seja, até o último minuto de domingo.

"O USMCA dará aos trabalhadores, fazendeiros e comerciantes um acordo comercial de alta qualidade que resultará em mercados mais livres, comércio mais seguro e crescimento econômico mais robusto em nossa região", segundo o texto.

Relembre: EUA, México e Canadá prontos para renegociar o Nafta

A nota acrescenta que o pacto fortalecerá a classe média e criará "bons trabalhos bem pagos e novas oportunidades" para cerca de 500 milhões de pessoas "que chamam a América do Norte de lar".

Lighthizer e Chrystia disseram que querem aprofundar mais os laços econômicos de seus países quando o acordo entrar em vigor. "Gostaríamos de agradecer ao ministro mexicano de Economia, Ildefonso Guajardo, por sua colaboração próxima durante os últimos 13 meses", conclui o comunicado.

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Uma autoridade americana afirmou que os EUA chegaram a um entendimento com Canadá e México para reverter a ameaça de Washington de impor tarifas a carros. Além disso, o USMCA oferecerá "substanciais novas oportunidades de exportação" de laticínios ao Canadá. Segundo a mesma fonte, as tarifas dos EUA impostas a importações de aço e alumínio serão discutidas separadamente.

O novo acordo também estabelece, pela primeira vez, regras para serviços financeiros e negócios digitais que surgiram desde que o Nafta foi criado, de forma a atender os interesses de vários setores, de empresas farmacêuticas a mercados financeiros.

O senador mexicanoRicardo Moreal (esq.)cumprimenta o subsecretário das Relações Exteriores do país,Juan Carlos Baker (dir.), após o anúncio do novo Nafta Foto: Henry Romero / Reuters

O Nafta, em vigor desde 1994, engloba US$ 1 trilhão por ano em intercâmbios entre EUA, Canadá e México, mas foi submetido a um processo de renovação durante meses após a chegada de Trump à Casa Branca, que havia qualificado o acordo como um desastre. No fim de agosto, EUA e México fecharam um pacto bilateral preliminar, ao qual faltava se somar o Canadá.

Reações

"Alcançamos um novo acordo comercial maravilhoso com o Canadá", disse Trump em sua conta no Twitter. "É um grande pacto para todos os três países."

O ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, também comemorou o novo acordo comercial. "É uma boa noite para o México e para a América de Norte", escreveu o chanceler mexicano em sua conta no Twitter.

Na curta mensagem, Videgaray afirmou que é "uma honra e um gosto trabalhar sob a liderança do presidente Enrique Peña Nieto junto ao ministro da Economia, Ildefonso Guajardo, e uma grande equipe negociadora mexicana".

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Ele também destacou como positivo o trabalho com o futuro chanceler, Marcelo Ebrard, e com Jesús Seade, chefe negociador do gabinete do presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, que assumirá o poder no dia 1.º de dezembro. / EFE e DOW JONES NEWSWIRES