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Após primeiro Copom de Ilan, mercado reduz estimativas de inflação

No Relatório de Mercado Focus, projeção do IPCA para este ano passou de 7,26% para 7,21%; previsão para Selic ao final de 2016 se manteve, a 13,25% ao ano

Foto do author Célia Froufe
Por Fabrício de Castro e Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

No primeiro relatório Focus após a estreia da nova cúpula do Banco Central (BC) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), as projeções do mercado financeiro para a inflação caíram tanto para este ano quanto para 2017. No Relatório de Mercado, divulgado nesta segunda-feira pelo BC, a mediana para 2017 saiu de 5,30% para 5,29%. Há um mês estava em 5,50%. Para 2016, a redução foi ainda maior, com a mediana passando de 7,26% para 7,21% de uma semana para outra – a taxa estava em 7,29% quatro semanas atrás.

Na primeira reunião sob o comando de Ilan, BC manteve Selic a 14,25% ao ano Foto: André Dusek/ Estadão

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A meta de inflação deste e do próximo ano é de 4,50% com tolerância de 2 pontos porcentuais (pp) em 2016 e de 1,5 pp em 2017 (também em 2018). No comunicado que se seguiu ao Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o BC informou que sua estimativa para o IPCA de 2017 caiu de 5,5% do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho para 5,3% agora pelo cenário de referência. Já no de mercado, a taxa prevista pela instituição recuou de 4,7% para 4,5%, bem no centro da meta a ser perseguida pelo BC.

No caso de 2016, o BC não atualizou no comunicado do Copom suas projeções na semana passada. No RTI, as estimativas estavam em 6,9% pelo cenário de referência e em 7,00% pelo de mercado. Amanhã o BC divulgará a ata da reunião com mais detalhes sobre o que levou o colegiado a manter a Selic em 14,25% ao ano pela oitava vez consecutiva. Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, no entanto, a mediana das projeções para este ano subiu de 7,18% para 7,20%. Já para 2017 recuaram de 5,33% para 5,29%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,29% e 5,30%.

A inflação suavizada 12 meses à frente voltou a ceder, passando de 5,70% para 5,63% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,98%. Estas reduções para prazos mais longos ocorrem apesar de as estimativas para os índices mensais mais próximas ainda estarem resilientes: as de julho continuaram em 0,40% (quatro semanas antes já estavam em 0,40%) e, para agosto, passaram de 0,31% para 0,30% – um mês antes estava em 0,30%.

Juros.  A previsão de Selic para o final de 2016 continuou em 13,25% ao ano como na semana anterior (o mesmo valor de um mês atrás) e a taxa básica prevista para o final de 2017 prosseguiu em 11,00% ao ano pela quarta semana consecutiva. A estabilidade nas projeções para a Selic ocorre após a sinalização do BC de que ainda não há espaço para redução da taxa básica no curto prazo. Além disso, o IPCA-15 de julho, acima da mediana das expectativas do mercado, divulgado no dia seguinte ao encontro do Copom, corroborou a avaliação do mercado de que o colegiado tende a ser mais cauteloso em relação a cortes da Selic.

PIB.  Apesar da melhora das projeções na semana passada do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Instituto Internacional de Finanças (IIF) para a economia brasileira, o relatório não trouxe refresco nas estimativas domésticas para o Produto Interno Bruto (PIB). O Focus mostrou que a projeção para a economia passou de -3,25% para -3,27%, após três semanas seguidas de melhora das previsões, que estavam em -4,44% um mês atrás. Para 2017, a mediana das previsões do mercado ficou congelada em 1,10% de um levantamento para o outro. Estava em 1,00% há quatro semanas. No mês passado, o BC informou no Relatório Trimestral de Inflação que a sua nova estimativa para o PIB deste ano é de uma retração de 3,3% ante baixa de 3,5% vista na edição anterior do documento.

Câmbio. Mesmo com as sucessivas intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio por meio de leilões de swap cambial reverso – que, na prática, evitam uma queda maior do dólar –, o documento voltou a mostrar queda das estimativas para o câmbio deste ano. A cotação da moeda estará em R$ 3,34 no encerramento de 2016, ante projeção de R$ 3,39 do levantamento anterior. Um mês atrás, estava em R$ 3,60. Apesar disso, o câmbio médio de 2016 continuou em R$ 3,47 de uma semana para a outra - um mês antes, estava em R$ 3,61.

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Para 2017, a mediana seguiu em R$ 3,50 de uma divulgação para a outra - quatro semanas atrás estava em R$ 3,80. Já o câmbio médio do ano que vem seguiu em R$ 3,46 de um levantamento para o outro - estava em R$ 3,74 um mês atrás.

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