BRASÍLIA - O Ministério da Fazenda reafirmou em nota o compromisso do governo em aprovar medidas de ajuste fiscal, como a reforma da Previdência, depois do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação Standard & Poor's. Segundo a Fazenda, o governo tem tido o apoio do Congresso Nacional para tocar essa agenda.
“Sempre contamos com o apoio e com a aprovação das medidas necessárias para o País pelo Congresso Nacional e temos certeza que o mesmo continuará a trabalhar em favor das reformas e do ajuste fiscal fundamentais para o Brasil”, diz a nota divulgada nesta quinta-feira, 11.
Uma primeira versão do comunicado foi divulgada às 20h47 no site do Ministério da Fazenda, mas depois foi retirada do ar. Nessa versão, não constava o trecho acima, que menciona o apoio dado pelo Congresso. A nova versão, que incluiu o parágrafo, foi publicada às 21h01.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou retirar do Congresso o peso pelo rebaixamento do rating do Brasil. Ele atribuiu a queda no degrau da nota do País às denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da União (PGR) contra o presidente Michel Temer ao longo de 2017 sob acusação de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa
“O que pesou foram duas denúncias que atrasaram a votação da [reforma da]Previdência. De fato, o governo ficou fraco após as denúncias", afirmou ao Estadão/Broadcast antes de ressaltar o papel da Câmara dos Deputados, presidida por ele. “A Câmara votou dezenas de projetos que ajudaram o Brasil a sair da recessão”, complementou.
Maia evitou culpar a equipe econômica pelo resultado e procurou mostrar otimismo em relação às votações neste ano. “Agora não é hora de encontrar culpados e sim construir o caminho para votar as reformas”, afirmou. O rebaixamento pela S&P era esperado nas últimas semanas, à medida que falharam as negociações no Congresso para aprovação da reforma da Previdência no final do ano passado.
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Apesar de fugir do confronto, o presidente da Câmara criticou diretamente as declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que responsabilizou o Congresso pela situação, segundo o blog do jornalista João Borges. “Resposta de um candidato, uma pena”, disse Maia ao lembrar que o ministro cogita se lançar à Presidência da República pelo PSD.
Maia citou como “projetos fundamentais” para a retomada da economia que deputados e senadores a reforma trabalhista, terceirização e outras medidas de recuperação fiscal.