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Após receber aporte de Luciano Huck, hamburgueria Madero lança rede popular

Com 107 lojas no País e faturamento de R$ 700 milhões, companhia terá nova marca, a Jeronimo, que oferecerá lanches por um preço médio quase 45% mais barato que o da rede original; avaliada em R$ 3 bi, hamburgueria busca novo sócio

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Após o apresentador Luciano Huck ter comprado uma participação minoritária na rede de hamburguerias Madero, a empresa lançará uma nova marca. Batizada de Jeronimo, a bandeira será mais barata e começará com unidades em Curitiba, Brasília e Porto Alegre. O projeto prevê investimentos de cerca de R$ 60 milhões até o fim de 2018, quando 20 lojas deverão estar em operação.

Com a nova marca, a estratégia de Junior Durski, fundador da empresa, é atender consumidores jovens com refeições mais rápidas Foto: Divulgação

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Com a nova marca, a estratégia de Junior Durski, fundador da empresa, é atender consumidores jovens com refeições mais rápidas. Enquanto o tíquete médio do Madero é de R$ 52, o do Jeronimo será de R$ 29 – quase 45% mais barato. A diferença de público, afirma Durski, deve impedir que uma rede de sobreponha a outra. O empresário diz que prepara ainda o projeto de uma terceira rede, mais cara, para ser lançada no ano que vem.

“Vemos muita oportunidade no Brasil para marcas premium de hamburguerias. Nos Estados Unidos, tem dezenas. Achamos que, nos próximos dez anos, haverá umas sete grandes redes aqui, e queremos ter cinco delas.”

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Hoje, o Madero tem 107 lojas, sendo que 22 delas foram abertas neste ano. A expectativa é, a partir de 2018, inaugurar 50 pontos de venda por ano, sendo 20 deles em uma versão menor, instalados em contêineres.

No total, as novas unidades com a marca Madero demandarão um investimento anual de cerca de R$ 160 milhões.

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Para financiar essa expansão, Durski continua à procura de um fundo de investimentos, mesmo após Huck ter comprado 5% do negócio. Em agosto, o Madero contratou o banco de investimentos BR Partners para negociar a venda de uma participação de até 20%, uma operação que Durski quer concluir até março do ano que vem.

Além de viabilizar a expansão planejada, a injeção de capital permitiria que o Madero pagasse os R$ 160 milhões que deve, em debêntures, para a Hemisfério Sul Investimentos (HSI).

A gestora fez um aporte na rede em 2015, ano em que a empresa também foi assediada por fundos como Actis e Carlyle. Agora, a HSI prorrogou por mais dois anos o período de carência da dívida.

Em 2017, o Madero deverá faturar R$ 700 milhões, segundo Durski. O número é o dobro do registrado em 2016, quando a rede tinha 85 unidades. Verticalizada, a companhia tem uma fábrica em Ponta Grossa (PR), onde produz os hambúrgueres e sobremesas. De acordo com o empresário, a rede foi avaliada pela BR Partners em R$ 3 bilhões. Procurada, a consultoria não comentou.

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Segmentação. Para o consultor Sérgio Molinari, sócio da Food Consulting, especializada em alimentação fora do lar, hoje não existe nenhuma empresa consolidada no País no segmento intermediário de lanchonetes, no qual a rede Jeronimo pretende se inserir – entre as lanchonetes de comida rápida como McDonald’s e os restaurantes de “casual dining” como Outback Steakhouse.

“O Madero, quando nasceu, também se posicionou nesse segmento intermediário, mas teve tanto êxito que acabou ficando em um patamar superior, competindo com o Outback. Esse segmento, que é o que mais cresce nos Estados Unidos, continua existindo e tem espaço para ser ocupado”, diz Molinari.

O setor de alimentação fora de casa deverá crescer 3% neste ano, empatando com a inflação, após um recuo real de 3% em 2016. “As variáveis que impactam diretamente no setor são emprego, renda e inflação, e todas elas podem não estar em, mas já estão num momento melhor do que no ano passado”, acrescenta Molinari. //COLABOROU MÔNICA SCARAMUZZO

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