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Associação de pilotos estuda doar aposentadoria para salvar Varig

Segundo o consultor jurídico da Apvar, o Aerus tem um rombo de R$ 2 bilhões e "não assegura mais a aposentadoria de ninguém"

Por Agencia Estado
Atualização:

O consultor jurídico da Associação dos Pilotos da Varig (Apvar), Paulo Calazans, afirmou que a intervenção no fundo de pensão Aerus, patrocinado pela Varig, decretada nesta quarta-feira pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC), torna inviável a proposta dos trabalhadores de utilizar os recursos do fundo para capitalizar a companhia. Com isso, os pilotos estão dispostos a reerguer a empresa com o dinheiro que seria usado na aposentadoria. "Isso é o ´Aerusgate´, um verdadeiro escândalo. Queremos fazer uso da poupança dentro do Aerus para capitalizar a empresa que garante o nosso emprego", disse Calazans, que é comandante da Varig há 17 anos. Ele afirmou que a Apvar vai estudar as medidas jurídicas cabíveis contra a intervenção no Aerus. Segundo ele, os empregados da companhia querem seguir o exemplo dos funcionários da americana United Airlines, que utilizaram recursos do fundo de pensão em 1994 para investir na empresa. De acordo com Calazans, o Aerus tem um rombo de R$ 2 bilhões e "não assegura mais a aposentadoria de ninguém". "É melhor ter uma Varig viva do que morta." Segundo ele, desde 2001 o Aerus apresenta indícios de irregularidades, inclusive no caso da gestão de recursos da Transbrasil, paralisada em dezembro de 2001. Calazans afirmou que o Ministério Público investiga a atuação do ex-presidente da entidade, Odilon Junqueira, demitido recentemente. "Durante quatro anos, a SPC não tomou medidas contra o Aerus. No momento em que se troca o gestor e se abre a possibilidade de investigar o que acontece lá, o governo decreta a intervenção. É um escândalo."

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