A mensagem transmitida seria a de que o BC está mais confiante no poder de a recessão segurar altas de preços. Reforçam esse entendimento a ausência de duas expressões que constavam de documentos anteriores – o BC deixou de considerar “desfavorável” o balanço de riscos para a inflação e não repetiu que é preciso “determinação e perseverança” na política monetária.
Consequência prática dessa análise é que grande número de analistas passou a incorporar cortes na taxa de juros a partir do segundo semestre.
Ganhou corpo o entendimento de que o BC vai esperar confirmação dos efeitos desinflacionários tanto de fatores de demanda, como o aumento do desemprego, quanto de elementos de oferta, caso dos reajustes mais moderados de preços administrados. Dificilmente, porém, deixaria de iniciar um ciclo de cortes nos juros ainda este ano – seria o primeiro em quatro anos –, sobretudo se o câmbio, segundo hipótese que passou a ser mais considerada, apresentar menor desvalorização ao longo do ano.