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Atividade recua na indústria e no setor de serviços

Com piora nos setores automotivo e de bens de capital, nível de atividade industrial é o mais baixo desde o fim de 2009

Por Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:
Paschoal precisou demitir metade dos funcionários Foto: HÉLVIO ROMERO|ESTADÃO CONTEÚDO

A recessão que atinge o Brasil fez com que o nível de atividade recuasse tanto na indústria como nos serviços – os dois principais setores da economia brasileira.

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A indústria tem sido a principal afetada pela atual crise. O nível de atividade é o mais baixo desde o quarto trimestre de 2009 e a queda é influenciada pelo fraco desempenho do setor de transformação. “Houve uma piora em bens de capital e no setor automotivo”, afirma Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências.

No caso do setor automotivo, por exemplo, a produção de veículos recuou 22,3% entre janeiro e novembro na comparação com o mesmo período, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Os setores ligados ao crédito têm sofrido um pouco mais”, afirma Juan Jensen, economista e sócio da consultoria 4E.

Para as empresas, o quadro recessivo agudo da indústria automobilística resulta em redução no quadro de funcionários e queda no faturamento. Na metalúrgica de Wilson Paschoal, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, o quadro de funcionários foi reduzido pela metade e o faturamento diminuiu 45% desde 2014. “A empresa precisou adotar medidas drásticas como redução de custo. Ótimos profissionais tiveram de sair”, afirma. “Estou no setor de autopeças desde 1986 e essa é a pior crise pela qual estou passando”, diz Paschoal.

A crise econômica se revelou tão intensa que até o nível de atividade do setor de serviços recuou – é o mais baixo desde o segundo trimestre de 2012.

O setor de serviços é novidade da desaceleração. Mesmo quando a economia brasileira apresentava sinais claros de piora, ele mantinha um crescimento. A dificuldade atual ocorre pela piora do mercado de trabalho e queda na renda do brasileiro.

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“Já é possível notar no setor de serviços um retrocesso. E essa queda é bastante preocupante pelo peso do setor na nossa economia”, afirma Bacciotti, da Tendências.

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