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Aumento real de salário será recorde em 2012, diz Dieese

Instituição avalia que condições econômicas que incentivaram a obtenção de aumentos reais no primeiro semestre, como queda da inflação medida pelo INPC, serão somadas à retomada da economia

Por e da Agência Estado
Atualização:

Mesmo com as projeções de crescimento de 2% ou menos do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, o porcentual das categorias que terão aumento nos salários acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) será recorde neste ano, segundo projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "A tendência é de que o porcentual de 96,5% das categorias que tiveram aumento real no primeiro semestre se mantenha no desempenho anualizado e supere o recorde de 2010, de 88,2%", disse o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira.Na avaliação dele, as condições econômicas que incentivaram a obtenção de aumentos reais no primeiro semestre - alta do salário mínimo acima da inflação, queda da inflação medida pelo INPC e manutenção do nível de emprego - serão somadas à retomada da economia no segundo semestre e favorecerão as negociações. "Certamente, a taxa de inflação mais baixa e o aumento do salário mínimo criam um ambiente favorável ao reajuste e ao ganho real, aliados à ação sindical, ao mercado de trabalho aquecido e ao crescimento da massa salarial, que impulsiona os desempenhos das vendas", explicou.Oliveira disse que categorias importantes possuem data-base no segundo semestre, como comerciários, bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e trabalhadores dos Correios.Desonerações e geração de empregoDe acordo com o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, não é possível avaliar que impacto tiveram na criação de empregos e no aumento de salários as medidas de desoneração do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) para os setores automotivo, da linha branca e de materiais de construção, além da desoneração da folha de pagamento para 17 setores."Não tenha dúvida de que os setores empresariais do segmento saem em vantagem, mas é preciso avaliar a contrapartida, que seria a geração de empregos, o que não foi possível mensurar", disse Oliveira. "Precisamos ficar atentos ainda à desoneração da folha, já que são recursos que impactam a Previdência."Além do recorde de 96,5% das categorias com aumento real dos salários no primeiro semestre, o Dieese divulgou ainda que 90,3% delas conseguiram também reajustes acima do Índice de Custo de Vida (ICV), indicador elaborado pela própria entidade.

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