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Balança comercial tem superávit de US$ 2,3 bi em junho, o maior para o mês em três anos

Apesar do resultado positivo no mês passado, as importações ainda superam as exportações em US$ 2,5 bi no acumulado do 1º semestre

Por Laís Alegretti e Renata Veríssimo
Atualização:

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,365 bilhões em junho, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado de junho é o melhor para o mês em três anos. Em 2011, o superávit foi de US$ 4,428 bilhões. No ano passado, junho teve saldo positivo de US$ 2,308 bilhões. Foi também o melhor desempenho do comércio exterior neste ano.

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Mesmo com o saldo positivo no mês, o resultado no acumulado do primeiro semestre de 2014 está negativo em US$ 2,490 bilhões. Nos seis primeiros meses de 2014, as exportações somaram US$ 110,532 bilhões e as importações, US$ 113,022 bilhões.

O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, afirmou que a chamada conta-petróleo ainda é responsável pelo déficit comercial do primeiro semestre de 2014. A conta-petróleo registrou um déficit de US$ 8,738 bilhões de janeiro a junho. "Houve melhora na conta-petróleo neste ano, devido a um aumento das exportações e queda das importações", afirmou. Sem a conta-petróleo, a balança comercial registra um superávit de US$ 6,248 bilhões. 

Segundo ele, o déficit das operações de petróleo e derivados em 2014 será menor que os US$ 20 bilhões registrados no ano passado. O secretário afirmou que há uma recuperação da conta-petróleo que será mantida no segundo semestre.

Apesar do resultado do primeiro semestre, somente em junho a conta-petróleo teve um déficit de US$ 1,1 bilhão, com exportações de US$ 2,4 bilhões e importações de US$ 3,5 bilhões. "Não vale a pena olhar um mês só. Temos que olhar para o agregado. Essa tendência de recuperação está sendo confirmada e deve ser mantida no segundo semestre", disse Godinho. No entanto, junho foi o único mês esse ano que a base de comparação com o ano passado não está contaminada com o registro de operações de importações realizadas em 2012, mas registradas apenas em 2013.

O Banco Central estima um superávit da balança esse ano de US$ 5 bilhões. As instituições financeiras ouvidas pela autoridade monetária para a realização do boletim Focus esperam um saldo comercial de apenas US$ 2,1 bilhões em 2014.

Venda externa de produtos básicos aumentou 9,5%; já as exportações de manufaturados recuaram 19,3%

Exportações e importações. As exportações de produtos manufaturados e semimanufaturados caíram em junho de 2014 na comparação com igual mês do ano passado. Por outro lado, a venda externa de básicos cresceu 9,5% e alcançou US$ 10,864 bilhões.

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Pela primeira vez desde 1980, a participação dos produtos básicos na pauta exportadora atingiu 50,8% do total vendido pelo Brasil para o resto do mundo. Por outro lado, a fatia das vendas externas de manufaturados caiu para 34,4%. É a menor participação na pauta exportadora para os primeiros seis meses do ano desde 1980, quando inicia a série histórica do MDIC.

A maior participação dos básicos para primeiros semestres era de 47,64% em 2012. Esse ano, pela primeira vez, foi mais da metade de tudo que o Brasil exportou de janeiro a junho. Os manufaturados, no entanto, já chegaram a representar 60,23% da pauta exportadora no primeiro semestre de 1993.  

Vendas para a Argentina caíram 25% em relação a junho de 2013

Argentina. Em relação aos países que compram produtos brasileiros, houve retração de 2,8% nas vendas para o Mercosul - sendo que para a Argentina a queda foi de 25,5%. A retração nas vendas para a Argentina se deve, segundo o MDIC, à diminuição de óleos combustíveis, automóveis e autopeças, veículos de carga, polímeros plásticos, motores para veículos, tratores, pneumáticos, combas/compressores, fios para uso elétrico, chassis com motor, papel e cartão e máquinas para terraplanagem, máquinas para uso agrícola. 

Caíram 18,9% as compras vindas do Mercosul, sendo que houve queda de 20,9% só da Argentina, devido a automóveis, veículos de carga, autopeças, trigo em grão, polímeros plásticos, entre outros. As compras da Ásia caíram 11,9%, sendo da China uma queda de 13,8%. Em relação à União Europeia a queda foi de 6,9%. Por outro lado, cresceram 10,9% as compras dos Estados Unidos e 2% as importações vindas da América Latina e Caribe, exceto Mercosul. 

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