LIMITANDO O IMPACTO
O banco central também tomou medidas para liberar as taxas de depósito, permitindo que bancos paguem aos depositantes 1,2 vez a taxa de referência, acima de 1,1 vez anteriormente.
"Eles estão cortando os juros e liberando as taxas ao mesmo tempo para que os estímulos não sejam tão nocivos", disse o economista da Shenyin e Wanguo Securities, Li Huiyong.
Muitos analistas esperavam que o banco central mantivesse a taxa de juros por ora, uma vez que as autoridades vinham optando por medidas como mais gastos públicos, enquanto tentam balancear a necessidade de reformas na economia.
Autoridades chinesas também informaram repetidas vezes que tolerariam crescimento um pouco mais lento desde que o mercado de trabalho permaneça resiliente.
Mais recentemente, o banco central injetou dinheiro no sistema, sob a forma de empréstimos de curto prazo aos bancos, em uma tentativa de manter baixos os custos de financiamento e encorajar empréstimos.
Mas um número crescente de economistas disse que esses movimentos não se traduziram em diminuição dos custos de financiamento nem em mais crédito para empresas chinesas que precisam de recursos.
Analistas expressaram dúvidas sobre se o impacto do corte da taxa será transmitido à economia real, pois a economia enfraquecida torna os credores mais avessos ao risco. Alguns previram que múltiplos cortes seriam necessários no ano que vem.
A decisão sobre as taxas de juros na China vem após a surpresa do banco central do Japão surpresa em 31 de outubro, que aumentou fortemente o ritmo de suas medidas de incentivo, enquanto o presidente do BCE, Mario Draghi, mudou a direção na sexta-feira e deixou a porta bastante aberta para "quantitative easing" na zona do euro.
"Definitivamente há mais preocupação sobre o estado da economia global do que há alguns meses, você vê isso não apenas quando se fala sobre a Europa", disse o ministro das Finanças britânico, George Osborne, a uma platéia de líderes empresariais em Londres na sexta-feira.
(Reportagem adicional de Jake Spring)