Publicidade

Banco Central prevê gasolina 8% mais cara e reajuste de 27% na energia elétrica

Na ata do Copom, Banco Central afirma que perspectiva de inflação menor em 2016 tem se fortalecido, mas que avanços ainda não são suficientes

Foto do author Célia Froufe
Por Victor Martins , Célia Froufe (Broadcast) e Mariana Congo
Atualização:

O Banco Central trabalha com a perspectiva de que a gasolina ficará 8% mais cara em 2015, após a elevação dos impostos sobre os combustíveis. A informação está na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira, 29.

Na ata, o Banco Central elevou a estimativa da alta dos preços administrados neste ano, para 9,3% ante os 6% calculados antes, um dos principais fatores de pressão da inflação. 

Edificio sede do Banco Central, em Brasília Foto: André Dusek/Estadão

PUBLICIDADE

Pela primeira vez, o BC apresenta suas projeções abertas para os itens administrados ou monitorados pelo governo de 2015. São eles: gasolina, gás de cozinha, tarifa de telefone fixo, tarifa de energia elétrica e operações de financiamento. Até a ata da reunião anterior do Copom, a instituição limitava-se a relatar a variação desses itens dentro de um limite de tempo.

Com a elevação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e do PIS/Cofins para os combustíveis, a ata do Copom indica que a gasolina ficará 8% mais cara ao consumidor. O decreto sobre a elevação dos impostos da gasolina foi publicado no Diário Oficial da União hoje.

No caso da energia elétrica, a projeção é de reajuste de 27,6%, explicada pelo repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

O BC também prevê reajuste de 3% no botijão de gás e de 0,6% nas tarifas de telefone fixo.

Ainda insatisfatório. O Banco Central afirma que a perspectiva de que a inflação se aproxime do centro da meta, de 4,5% ao ano, em 2016 tem se fortalecido, mas que as ações no combate à alta dos preços ainda são insuficientes.

Publicidade

"A propósito, o Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido. Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo – ainda não se mostram suficientes", escreve.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito desde o final do ano passado que a inflação subiria no início de 2015, mas que iria desacelerar ao longo do ano. Segundo ele, no encerramento de 2016, o BC conseguirá entregar a inflação no centro da meta de 4,5%.

Na ata divulgada hoje, o Banco Central retirou a avaliação de que a atividade tende a iniciar uma recuperação no segundo semestre deste ano. A instituição atrelou a retomada à confiança de famílias e empresas. "O ritmo de expansão da atividade doméstica este ano será inferior ao potencial". Antes, o parágrafo não trazia avaliação sobre o crescimento deste ano.

Na semana passada, o Copom manteve o ritmo e elevou a taxa básica de juros, Selic, em 0,5 ponto porcentual, para 12,25% ao ano. Foi a terceira elevação consecutiva dos juros pelo Banco Central, logo após o governo anunciar aumento da carga tributária. A decisão do Copom foi unânime. A Selic está no maior nível desde julho de 2011, quando marcava 12,50% ao ano. A próxima reunião será no dia 3 de março. (Com informações da Reuters)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.