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Bancos devem emprestar mais, diz Coutinho

Para presidente do BNDES, falta crédito à micro e pequena empresa

Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, exortou os bancos comerciais a aumentarem a concessão de crédito a empresas, especialmente as micro e pequenas. "Os bancos estão ultracapitalizados, sólidos e têm condições de aumentar a concessão de crédito do País", disse Coutinho. "A economia brasileira está bem, voltou a crescer rapidamente, tem boas perspectivas de expansão de longo prazo e a inadimplência deve cair. Portanto, há condições favoráveis para elevar o crédito." Na avaliação de Coutinho, à medida que os juros reais estão próximos a um nível de 4,5% e podem baixar mais, o Brasil consolida posição mais próxima das taxas praticadas em níveis internacionais. "E os juros mais baixos vieram para ficar." Ele acredita que o País entrou em novo ciclo de desenvolvimento, marcado pela inflação sob controle, equilíbrio das contas públicas, contas externas sólidas e juros reais baixos. Coutinho avaliou, porém, que os bancos comerciais podem colaborar mais nesse processo de desenvolvimento com a redução dos spreads, ainda altos. O presidente do BNDES destacou que o crédito é essencial para os investimentos, principal elemento para gerar empregos, elevar a produção e aumentar a renda da população. Em evento em São Bernardo do Campo (SP), organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ele fez comentários elogiosos à condução da política monetária pelo Banco Central, que, para ele, está atuando de forma exemplar. "Os juros só podem cair quando há controle da inflação e, nessa questão, o BC está atuando de forma muito competente." Coutinho disse ainda ter expectativa de que não será necessária a ampliação do programa de financiamento de capital de giro adotada em nível emergencial no fim de 2008 para suprir a falta de crédito para essas linhas pelos bancos comerciais. Segundo ele, o montante de recursos destinados pelo banco, que é de R$ 10 bilhões, está se esgotando. "Minha expectativa é que venha a se tornar desnecessário (ampliar o programa com mais recursos), porque ele passará naturalmente a ser substituído por oferta de crédito do setor bancário privado." Coutinho reiterou ter confiança de "que isso vai acontecer". "As coisas estão melhorando, a confiança também precisa voltar para os bancos, eles precisam confiar no Brasil e na economia brasileira." O presidente do BNDES também afirmou que estuda as melhores formas para colaborar na infraestrutura para a Copa do Mundo em 2014. Mencionou que, a priori, há quatro áreas nas quais a instituição pode colaborar com financiamentos: aeroportos, hotelaria, estádios e transportes. No caso dos estádios, porém, defendeu soluções baseadas em parcerias público-privadas (PPPs).

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