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Bancos públicos vão financiar 68% de novo socorro às elétricas

Do financiamento total de R$ 6,6 bilhões que será concedido às empresas de energia, R$ 4,5 bilhões virão do BNDES, Caixa e BB

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Por Adriana Fernandes e Renata Veríssimo
Atualização:
Caffarelli disse que o governo optou por não reduzir o valor dessa segunda operação porque seria mais difícil montar um novo empréstimo Foto: René Moreira/Estadão

Os bancos públicos vão financiar 68% do novo empréstimo de R$ 6,6 bilhões que será concedido às distribuidoras para cobrir as despesas com compra de energia elétrica no mercado de curto prazo - cujo preço esta semana está em R$ 809 o megawatt hora (MWh). 

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No primeiro empréstimo, anunciado em abril, os bancos públicos entraram com R$ 5 bilhões dos R$ 11,2 bilhões - ou seja, cerca de 45% do valor usado para socorrer as distribuidoras e evitar um repasse imediato do custo aos consumidores. 

Até o momento, oito bancos confirmaram participação no consórcio que financiará a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O dinheiro vai cobrir a conta em aberto das distribuidoras. 

Custo. O custo do novo financiamento será mais elevado do que a operação montada em abril. A correção será equivalente ao CDI (taxa de juros interbancária) mais 2,35% ao ano. Na primeira operação, as distribuidoras se dispuseram a contratar recursos a um custo de CDI mais 1,9% ao ano. 

Pela primeira vez, o Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES) participará do pool, liberando R$ 3 bilhões. Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual e Citibank financiarão R$ 3,6 bilhões. Essa composição, porém, ainda pode mudar, informou ontem o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli. Outros seis bancos podem entrar na nova operação até 15 de agosto, prazo previsto para a liberação da primeira parcela do financiamento. 

Se isso ocorrer, a participação desses sete bancos pode sofrer alteração. A princípio, Caixa e Banco do Brasil entrarão com R$ 750 milhões cada um. A fatia de cada banco, disse o secretário, segue a mesma proporção do empréstimo de abril. 

Outros bancos. Caffarelli informou que os bancos JP Morgan, Credit Suisse e Bank of America, que integraram o pool do primeiro empréstimo, estariam interessados. “Na primeira operação, dez bancos participaram do consórcio. Nessa segunda, poderá chegar a 13. Esses seis bancos ainda estão consultando os seus comitês. Esperamos que eles possam vir até o dia 15.” 

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O secretário não revelou o nome das outras instituições que, assim como o BNDES, participariam pela primeira vez do socorro às distribuidoras. Se outros bancos aderirem ao pool, só poderão participar se as demais sete instituições já confirmadas cederem espaço. 

Caffarelli afastou a possibilidade de haver novas operações de crédito para o setor elétrico. “Não teremos mais operações de crédito com o setor em 2014 e não há previsão de nenhuma operação para 2015.” Com o anúncio de ontem, o montante colocado à disposição das distribuidoras em 2014 subiu para R$ 17,8 bilhões. 

Conta de luz. O impacto dos empréstimos na conta de luz poderá ser sentido a partir de 2015, disse Caffarelli, mas dependerá de uma série de variáveis. “Se vai ter ou não aumento da energia elétrica, não depende apenas do empréstimo, mas de várias variáveis.”

“Quando a gente trabalha com essa equação, recursos estão sendo garantidos por novos encargos. Uma delas é chuva. O setor vai ter mais 5 mil megawatts médios em 2015.” Ele assegurou que é “zero” o risco de racionamento hoje no Brasil. 

O Ministério de Minas e Energia disse que os empréstimos elevarão em 2,6% a conta em 2015; 5,5% em 2016; e 1,4% em 2017. Mas a Agência Nacional de Energia Elétrica diz que a alta será de 8 pontos em 2015 e 2016.

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