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BC cogita ter ajuda da política fiscal para conter inflação

Depois do anúncio de mudanças na equipe econômica, BC afirmou na ata do Copom que a política fiscal pode ter uma contribuição maior no controle de preços

Foto do author Célia Froufe
Foto do author Adriana Fernandes
Por Victor Martins , Célia Froufe (Broadcast) e Adriana Fernandes
Atualização:

Depois do anúncio de mudanças na equipe econômica e de iniciativas do governo para recuperar a credibilidade, o Banco Central passou a considerar uma ajuda mais forte da política fiscal. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC informou que a expectativa é de que a contribuição do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade e que não descarta migração para a zona de contenção fiscal - ou seja, caso se concretize um superávit de 1,2% do PIB, conforme prometido pelo governo, o fiscal voltará a ajudar a autoridade monetária no combate a inflação.

O cenário foi divulgado na ata do Copom, uma semana após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 11,75%.

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O presidente da instituição, Alexandre Tombini, havia feito afirmação semelhante em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO), na última terça-feira. Na ocasião, ele lembrou que o ministro da Fazenda indicado, Joaquim Levy, prometeu cumprir uma meta de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, projeção que foi inserida na LDO. 

Tombini classificou o número como “duro, difícil, porém factível”. “Ele (Levy) traz essa política, dada a velocidade de crescimento da economia, traz a política fiscal para o campo neutro e, se cumprido, talvez até contracionista”, afirmou Tombini na audiência que ocorreu dois dias antes da divulgação da ata.

Na ata, o BC ainda reforçou, assim como em documentos anteriores, que a geração de superávit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação contribuirá para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo. No mesmo parágrafo, a instituição lembrou que um superávit neutro ou contracionista tem repercussões favoráveis sobre o custo de capital, o que estimula o investimento privado no médio e no longo prazo. 

Inflação. O Banco Central diminuiu a projeção para a inflação em 2014, mas ainda vê uma taxa elevada em 2015. Segundo o BC, a convergência da inflação para a meta tende a ocorrer em 2016. O BC também sinalizou que novas elevações do juro básico Selic deverão ocorrer em 2015, mas altas serão moderadas visto que o órgão agirá com "parcimônia", considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária.

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