Atualizado às 22h26
Desde a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em abril, o BC adotou um tom mais firme, indicando que está disposto a fazer a inflação convergir à meta no fim do ano que vem. Nesta sexta-feira, Tombini insistiu no recado, para convencer economistas e analistas da decisão do banco.
Expectativas. Esse tipo de mensagem é conhecido no mercado como “ancoragem de expectativas”. Nos modelos econométricos que o BC utiliza para auxiliar na decisão sobre a taxa de juros básica, a Selic, as expectativas têm um peso grande. “É fundamental para o sucesso do nosso processo de ajustes em 2015 e para as perspectivas de iniciar um novo ciclo de crescimento sustentável mais à frente, que esse cenário de convergência se materialize como resultado da vigilância da política monetária”, afirmou Tombini. O presidente do BC reiterou que, apesar de registrar avanços, como a gradual redução das expectativas de inflação de 2017 a 2019, eles ainda não se mostram suficientes. Para economistas, esse comentário está sendo ressaltado pelo BC para indicar que a elevação de juros iniciada em outubro será estendida. No mercado, a aposta majoritária é de que o Copom elevará a Selic de 13,25% para 13,75% no próximo dia 3, quando será encerrada a reunião de junho. O discurso desta sexta-feira reforçou essa posição. “Com essa postura consistente com o quadro de ajustes da nossa política macroeconômica, conseguiremos assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% em dezembro de 2016”, comentou Tombini, ressaltando que o BC cumprirá seus objetivos com “determinação e perseverança”. Juros dos EUA. O presidente do BC também comentou que é importante a economia fazer ajustes para manter sua solidez, a fim de estar preparada para o movimento de alta de juros nos Estados Unidos. O banco central americano deverá elevar a taxa de juros ainda neste ano. Com a alta de juros por lá, a tendência é que os capitais financeiros saiam dos mercado emergentes em direção aos Estados Unidos e provoquem a alta do dólar – o que pode pressionar o preço dos produtos importados e prejudicar o combate à inflação.