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BC dos EUA marca para outubro o fim dos estímulos à economia

O Fed (Federal Reserve) compra US$ 35 bilhões em bônus todos os meses, valor que tem sido reduzido desde janeiro

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Por Redação
Atualização:

O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) marcou para outubro o fim do programa de estímulos à economia por meio de compras mensais de bônus.

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Atualmente, o Fed compra US$ 35 bilhões por mês, valor que tem sido reduzido desde janeiro. Os membros do Fed já haviam dito que o programa acabaria neste ano, mas até agora não tinham informado uma data exata.

"Se a economia progredir como o Comitê espera, justificando reduções no ritmo das compras a cada uma das próximas reuniões, essa redução final ocorreria depois da reunião de outubro", diz a ata. As reduções mensais no programa de compras têm sido de US$ 10 bilhões; caso se confirme a perspectiva de reduções de igual tamanho nas próximas reuniões, em outubro o Fed encerrará o programa com o cancelamento de compras de US$ 15 bilhões.

A ata reafirma que a economia dos EUA está crescendo gradualmente, apesar da contração verificada no primeiro trimestre. Sobre a situação do mercado de mão de obra, o documento diz que "muitos participantes julgaram que a capacidade ociosa permanecia elevada", enquanto "vários participantes apontaram que tanto as medições do desemprego de longo prazo como as de curto prazo, que incluem trabalhadores com vínculos marginais, declinaram".

O texto também diz que "a maioria dos participantes projetava que a melhora nas condições do mercado de mão de obra vai continuar, com a taxa de desemprego se reduzindo gradualmente no médio prazo".

Sobre as condições financeiras, a ata diz que elas "pareciam estar apoiando a atividade econômica. Contudo, os participantes também discutiram se algumas tendências recentes nos mercados financeiros poderiam sugerir que os investidores não estão levando em conta de modo apropriado os riscos de suas decisões de investimento".

Segundo a ata, os participantes da reunião concordaram em "enfatizar, em suas comunicações, a dependência de suas decisões de política da evolução da perspectiva econômica".

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Os dirigentes do Fed também discutiram estratégias para a normalização da política monetária. O debate sugere que será importante o papel para o sistema de pagamento de juros aos bancos que mantêm suas reservas em excesso depositadas no próprio Fed. Segundo a ata, "os participantes concordaram que ajustes na taxa de juros sobre reservas em excesso deveria desempenhar um papel central durante o processo de normalização". Instrumentos tradicionais, como mudanças na taxa dos Fed Funds, desempenhariam um papel secundário no processo de elevação do custo do crédito.

Os participantes da reunião também mostraram preferência pelo programa de acordos de recompra reversa, pelo qual o Fed empresta títulos do Tesouro por um dia aos bancos. Alguns, porém, se disseram preocupados com o impacto desse programa no setor financeiro. "Vários participantes disseram que os acordos de recompra reversa têm o potencial de expandir o papel do Fed na intermediação financeira e de mudar a forma do setor financeiro de maneiras difíceis de prever", diz o documento.

Também foi discutido se o Fed deve encerrar o processo de reinvestir os recursos obtidos no vencimento dos títulos lastreados em hipotecas em sua carteira em novos bônus, por causa da elevação dos juros de curto prazo. "Muitos participantes concordaram que o melhor seria encerrar os reinvestimentos no momento do início da elevação das taxas de juro ou depois, com a maioria desses participantes preferindo encerrá-los depois", diz a ata.

Entenda. Estes mais de cinco anos de afrouxamento monetário e juro (quase) zero nos Estados Unidos tiveram três fases. Até dezembro de 2013, cerca de US$ 3,8 trilhões foram injetados nos mercados. A primeira fase começou em novembro de 2008. Despejou US$ 1,7 trilhão na economia em dois anos na compra de "investimentos podres" e títulos do Tesouro americano.

De novembro de 2010 a setembro de 2011, a segunda fase aumentou em US$ 600 bilhões a liquidez mundial. Na sequência, começou uma operação de troca de títulos de até três anos por papéis de 6 e 30 anos. O plano foi até junho de 2012 e alcançou volume acima de US$ 400 bilhões.

A terceira fase vigora desde setembro de 2012. Primeiro, instituiu recompras de ativos de US$ 40 bilhões mensais e, depois, subiu a dose para US$ 85 bilhões, que foi gradualmente reduzida até os US$ 35 bilhões atuais.

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