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BC projeta inflação de 5% em 2005, abaixo da meta

Por Agencia Estado
Atualização:

O relatório de inflação divulgado hoje pelo Banco Central mostra que a projeção de inflação da instituição para 2005 já está abaixo da meta de 5,1%. De acordo com o cenário de referência do BC - que tem por base uma taxa básica de juros (Selic) em 19,5% definida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e câmbio em R$ 2,35 -, a inflação acumulada neste ano será de 5%. O Banco Central informa também que a probabilidade de descumprimento da meta de inflação de inflação teve forte queda, caindo de 23% para 3%. O teto da meta deste ano é de 7%. Contudo, o documento destaca que o cenário de mercado - baseado nas previsões de câmbio e juros coletadas pelo BC junto aos agentes do mercado financeiro (boletim Focus) - traça uma projeção de inflação para 2005 em 5,2%. No relatório anterior, de junho, o cenário de mercado apontava que o IPCA estaria em 6,3% ao final deste ano. O relatório informa ainda que o cenário de mercado projeta uma inflação de 4,8% para o final de 2006, patamar superior à meta de 4,5% fixada para o próximo ano. Pelo cenário de mercado, a inflação acumulada em 12 meses sai de 6,1% no terceiro trimestre desse ano, cai para 5,2% no quarto trimestre e chega no final do primeiro trimestre de 2006 em 4,6%. Em seguida, no segundo trimestre de 2006, fecha em 4,5% e depois sobe para 4,9% no terceiro trimestre. O IPCA cai, então, para 4,8% no último trimestre de 2006. Diferença O Banco Central explica no seu relatório que a diferença entre as projeções dos cenários de referência e de mercado é provocada pelos hipóteses adotadas para preços administrados. No cenário de referência, a projeção de alta dos preços administrados em 2005 é de 7,8% e de 5,3% de 2006. Já no cenário de mercado, a projeção de alta dos preços administrados é de 8,2% em 2005 e 6,4% em 2006. PIB O BC manteve no relatório trimestral de inflação a previsão de crescimento de 3,4% para o Produto Interno Bruto (PIB). Trata-se da mesma projeção que constava no relatório de inflação divulgado em junho. Nas últimas semanas, vários integrantes do governo haviam sinalizado que a previsão de crescimento do PIB seria elevada. O BC não divulga no relatório a previsão de crescimento para 2006, que só será conhecida no relatório de dezembro. Contas externas O Relatório de Inflação do terceiro trimestre do ano trouxe as primeiras projeções de contas externas para 2006. Pelos dados do BC, o superávit em conta corrente do próximo ano será de US$ 500 milhões. Para este ano, o BC trabalha com uma previsão de US$ 9,4 bilhões. A estimativa para o superávit da balança comercial no próximo ano ficou em US$ 29 bilhões, com exportações de US$ 121 bilhões e importações de US$ 92 bilhões. Para este ano, o BC espera que o superávit da balança comercial ficará em US$ 38 bilhões, com US$ 114 bilhões de exportações e importações de US$ 76 bilhões. Remessas de lucros e dividendos O relatório projeta um total de remessas de lucros e dividendos para 2006 de US$ 10 bilhões. O valor é idêntico ao estimado para este ano. A previsão de pagamento de juros da dívida externa no próximo ano ficou em US$ 13,9 bilhões. O valor é inferior aos US$ 14,3 bilhões estimados para este ano. A estimativa de taxa de rolagem dos empréstimos externos do setor privado em 2006 ficou em 70%. O porcentual é igual ao previsto para este ano. Investimento estrangeiro O relatório do BC projeta um total de US$ 16 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED) em 2006. O valor é o mesmo esperado para este ano. A previsão de reservas internacionais brutas no próximo ano ficaram em US$ 59 bilhões. As estimativas de reserva líquida ficaram em US$ 51,5 bilhões. Para este ano, a projeção de reservas brutas ficaram em US$ 58,7 bilhões. A estimativa de reserva líquida, por sua vez, ficou em US$ 44 bilhões.

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