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Bendine sinaliza que Petrobrás pode buscar parcerias para exploração do pré-sal

Estatal precisa captar recursos com venda de ativos este ano e pode buscar parceiros para viabilizar a continuidade dos investimentos no pré-sal

Por André Magnabosco e Gabriela Mello
Atualização:
'Possibilidade de parcerias e coisas do gênero existem', diz Bendine Foto: Mauricio de Souza

SANTOS - O presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, sinalizou hoje que as áreas do pré-sal também estão na lista de potenciais ativos a serem negociados pela estatal. Com o objetivo de captar US$ 14,4 bilhões com a venda de ativos até o final deste ano, a Petrobrás poderia buscar parceiros que viabilizassem a continuidade dos investimentos em áreas ultraprofundas.

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"Possibilidade de parcerias e coisas do gênero existem", afirmou Bendine após ser questionado se a venda de ativos do pré-sal estava na lista de eventuais negócios. "Há 'N' modelos de se trabalhar nesse sentido. Há capacidade de a empresa fazer parcerias no sentido de exploração de determinado campo, onde o parceiro possa carregar os investimentos", complementou.

Bendine afirmou que não poderia dar detalhes dos modelos pensados pela diretoria da Petrobrás porque a divulgação de "detalhes técnicos" poderia afetar as negociações. "São negociações intensas e estamos com portfólio de discussão de desinvestimento muito amplo", afirmou o executivo durante breve conversa com jornalistas ocorrida na sede da estatal localizada na cidade de Santos, no litoral de São Paulo.

Bendine, que assumiu a presidência da estatal no ano passado, considera a redução do endividamento uma questão central dentro da Petrobrás, e por isso adota uma postura rigorosa em relação à capacidade da estatal em vender ativos. O foco da companhia, contudo, sempre foram ativos de áreas não relacionadas com a Exploração e Produção (E&P) de petróleo e gás, como a BR Distribuidora, de venda de combustíveis, ou térmicas de energia.

Leilões. Bendine confessou hoje que a Petrobrás teria dificuldades em participar neste momento de um eventual leilão de novas áreas de exploração de óleo e gás a serem concedidas no Brasil. O problema, segundo o executivo, é o baixo volume de recursos em caixa por parte da estatal.

"Se tivéssemos que enfrentar um processo de leilão, a empresa está com capacidade de caixa mais reduzido e teríamos dificuldade em relação a isso", afirmou Bendine. O executivo, na sequência, ponderou que o atual patamar do petróleo pode tornar pouco atrativa a concessão de novas áreas neste momento.

Ao final de setembro de 2015, dado mais recente disponibilizado pela Petrobrás, a Petrobrás possuía R$ 100 bilhões em caixa, além de R$ 4 bilhões em títulos públicos. As dívidas com vencimento entre outubro de 2015 e dezembro de 2016, por sua vez, somavam R$ 67,6 bilhões. Além disso, a Petrobrás tem planos de investir US$ 20 bilhões em 2016, número atualizado em janeiro deste ano. A princípio, a companhia previa desembolsos de US$ 27 bilhões apenas em 2016.  

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