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Biolab vai investir R$ 450 milhões em fábrica de medicamentos em MG

Líder no segmento de remédios de prescrição em cardiologia, laboratório quer buscar certificações para vender ao mercado externo; com novo investimento, farmacêutica pretende reforçar estratégia de expansão no segmento veterinário

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:

A farmacêutica nacional Biolab anunciou nesta quinta-feira, 20, investimento de R$ 450 milhões em uma nova fábrica. O laboratório de medicamentos será construído em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais, e terá capacidade para produzir 200 milhões de unidades de medicamentos por ano.

Cleiton Marques, presidente do Biolab, disse que o setor cresce, apesar da crise Foto: Felipe Rau/Estadão

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A Biolab é uma das maiores farmacêuticas de capital nacional, com faturamento de R$ 1,25 bilhão em 2016, de acordo com a consultoria IMS Health. Segundo a empresa, a nova unidade será projetada também para atender o mercado externo. Do investimento projetado, 40% serão bancados com recursos próprios, e o restante será captado no mercado.

Em entrevista ao Estado, Cleiton Castro Marques, sócio e presidente do grupo, afirmou que a Biolab já estava planejando o movimento há algum tempo. Ele disse que a atual crise econômica e política do País não afetou os planos da companhia. “Apesar da crise, o setor farmacêutico deverá crescer 8% este ano. A expectativa é de que as vendas da Biolab aumentem entre 8% e 10%.”

As operações do novo complexo industrial devem começar a partir de 2020, ainda de forma parcial. O grupo, que tem três unidades produtivas, todas no Estado de São Paulo, ganhou incentivos fiscais do governo mineiro para construir sua nova unidade.

Entre 2009 e 2012, o setor farmacêutico viveu um “boom” de investimentos, com a construção de novas unidades e também com movimentos de fusões e aquisições, sobretudo de multinacionais que buscavam laboratórios produtores de medicamentos genéricos. 

Esse movimento começou a arrefecer nos últimos anos por causa da crise. “As multinacionais tiraram o pé do acelerador, mas não estão deixando de investir no País”, afirmou Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma). 

Ele lamenta, contudo, que o Estado esteja perdendo investimentos do setor para outras unidades da federação. “O governo de São Paulo tem de olhar com atenção os incentivos que estão sendo concedidos pelos Estados vizinhos. São Paulo tem perdido investimento por conta da guerra fiscal.” 

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Diversificação. Líder em medicamentos de prescrição voltados para cardiologia e com atuação em pediatria, ginecologia e ortopedia, a Biolab também está se preparando para expandir sua atuação no segmento veterinário. Atualmente, essa divisão de negócio representa 1% da receita total do grupo, mas deverá ter relevância maior nos próximos três anos. 

O mercado veterinário voltado para animais de pequeno porte tem crescido no Brasil e esta será a aposta do grupo, segundo Cleiton Marques. “O segmento de animais de grande porte tem margens menores e é mais competitivo.” A Biolab, assim, segue o mesmo caminho de outros grupos, como as nacionais Eurofarma e a União Química.

Na contramão de parte do setor farmacêutico, que tem olhado com atenção o segmento de dermocosméticos, a Biolab não quer ampliar sua atuação nessa área. Interessa a Marques atuar em dermatologia, mas para medicamentos prescritos.

A Biolab tem 276 pedidos de patentes em várias áreas da saúde, inclusive em inovação radical. Não interessa ao grupo farmacêutico entrar no segmento de medicamentos genéricos (cópias de remédios que perderam a patente). “Nosso foco será em inovação”, disse o empresário.

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