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BIS alerta para riscos nos grandes fluxos de capital

Por Daniela Milanese
Atualização:

O Banco para Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) também vê riscos provenientes dos "grandes e persistentes" desequilíbrios de conta corrente e dos "imensos" fluxos financeiros, fatos que estão relacionados e devem ser administrados conjuntamente. Existe a necessidade de cooperação e coordenação internacional para "evitar um ajuste doloroso"."Os desequilíbrios globais de conta corrente ainda estão conosco, trazendo a perspectiva de ajustes desordenados da taxa de câmbio e protecionismo", diz o 81º Relatório Anual do órgão. Esses desequilíbrios podem facilitar a transmissão de choques entre os países. "Como a experiência dos últimos anos nos mostrou, uma reversão do forte fluxo de capital pode gerar danos ao sistema financeiro e à economia real." Para o BIS, é preciso adotar políticas macroeconômicas sólidas e fortalecer as estruturas financeiras e prudenciais de forma a administrar os riscos. Controles de capital só devem ser usados como "último recurso", de forma temporária, avalia.O BIS também acredita que a flexibilidade da taxa de câmbio é importante para o processo, porque reduz o desequilíbrio da conta corrente e diminui as pressões inflacionárias nas economias emergentes superavitárias. Os países com déficits em conta corrente devem encorajar a poupança, enquanto os superavitários precisam estimular o consumo, sugere.Os bancos centrais também têm de cumprir sua parte, alerta a instituição, pois enfrentam distorções exacerbadas por anos de condições monetárias extremamente acomodatícias. Um dos principais desafios é a estabilidade dos preços, já que a capacidade ociosa de produção está se fechando, as commodities estão avançando e a inflação vem subindo ao redor do mundo. "É preciso apertar a política monetária para conter as pressões inflacionárias e interromper os riscos para a estabilidade financeira", alerta o BIS. Além disso, as autoridades monetárias devem preservar sua credibilidade neste momento, recomenda. "Os bancos centrais precisam estar preparados para subir os juros de forma mais rápida do que em episódios de apertos anteriores."

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