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BNDES triplica crédito para pequena empresa

Linha para capital de giro deve somar R$ 21,5 bilhões no ano, três vezes mais do que em 2017; crédito para bens de capital deverá subir 20%

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai intensificar neste ano a liberação de linhas de financiamento para pequenas e médias empresas, como forma de estimular a economia. A prioridade será o desembolso para capital de giro e para aquisições de bens de capital.

Fachada da sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) no centro do Rio de Janeiro. Foto: Fábio Motta/Estadão

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O banco deverá aumentar a concessão de crédito do programa BNDES Giro, voltado para pequenas e médias empresas, relançado no ano passado. Essa linha de financiamento prevê a liberação de R$ 20 bilhões entre agosto de 2017 e agosto de 2018. Até dezembro, o valor anual poderá chegar a R$ 21,5 bilhões, três vezes mais do que os R$ 7 bilhões desembolsados em 2017. Já o valor previsto no Finame, programa para a compra de bens de capital, poderá superar em 20% o de 2017, atingindo cerca de R$ 24 bilhões.

As projeções são do superintendente da Área de Operações Indiretas do BNDES, Marcelo Porteiro. Segundo o executivo, embora o desempenho da recuperação econômica seja importante para determinar o crescimento do crédito para giro, a tecnologia também impulsionará o avanço. 

O BNDES Giro, ao lado de programas de crédito para a agricultura, foi a primeira linha de crédito a aderir ao BNDES Online, plataforma tecnológica de comunicação com as instituições financeiras repassadoras – nas operações indiretas, quem faz o contato com o cliente, analisa o crédito e assume o risco é o banco comercial repassador; o BNDES fornece os recursos. 

“A avaliação é extremamente positiva. O mercado recebeu muito bem. A gente já está com as (linhas de crédito) agrícolas e com o BNDES Giro. Até o meio do ano, a gente vai trazer o Finame para a plataforma”, disse Porteiro.

Plataforma. A implantação da plataforma tecnológica, desenhada ainda na gestão da ex-presidente Maria Silvia Bastos Marques, começou em meados do ano passado. A base é um software que faz a aprovação dos pedidos de crédito feitos via bancos repassadores. O sistema substitui o envio de documentos a serem analisados por técnicos da instituição, uma vez que o software verifica, quase em tempo real, tanto os parâmetros informados pelo cliente quanto os checados em outras bases, como a Receita Federal.

O resultado é uma aprovação muito mais rápida. Porteiro deu como exemplo os empréstimos dos programas agrícolas. “A gente usa uma média aproximada, porque existe alguma discrepância entre os programas, de redução de dez dias de aprovação para alguns segundos. E não é figura de linguagem, não”, disse Porteiro.

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A rapidez e a redução da burocracia impulsionará a demanda, tanto no BNDES Giro quanto no Finame, também por causa da ação dos bancos repassadores. Segundo Porteiro, aumentou o apetite dos agentes financeiros. “Alguns bancos que não operavam determinados produtos passaram a se interessar, por conta da desburocratização”, afirmou.

Os técnicos da área de operações indiretas do banco apostam que o impulso da plataforma tecnológica será forte também no Finame, especialmente nas linhas para investimento em caminhões e em máquinas agrícolas. Como são bens de capital já prontos, a rápida aprovação do crédito faz diferença. Os bancos das montadoras de caminhões, por exemplo, são repassadores do Finame, e a expectativa é que a possibilidade de aprovar o financiamento em poucos minutos alavancará a demanda por crédito.

Nova política. A estratégia do banco é tentar deixar para trás a política de “campeãs nacionais” – que escolhia grandes empresas como consolidadoras de mercado – para estimular empresas de pequeno e médio portes. Outro programa que está ganhando mais destaque é o fomento aos Criatecs, fundos que têm recursos do próprio banco e de terceiros para a aposta em empresas em estágios iniciais, batizadas de “campeãs invisíveis”. Criado em 2007, os Criatecs apostam em empresas inovadoras.

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