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BNDES vai estruturar privatização de estatais

Banco ficará responsável por liderar venda de empresas estaduais; dinheiro será usado para abater dívida com a União

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Por Adriana Fernandes e Murilo Rodrigues Alves
Atualização:
Paulo Hartung, governador do Espírito Santo, foi o primeiro a expor críticas Foto: Valéria Gonçalvez|Estadão

BRASÍLIA - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai estruturar as operações de privatização das estatais controladas pelos Estados. Prioridade da presidente da instituição, Maria Sílvia Bastos Marques, o programa tem potencial para garantir uma nova “onda” de privatização no País, na avaliação de integrantes da equipe econômica.

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O dinheiro com a venda das estatais estaduais será usado para o abatimento da dívida com a União. Na reunião que selou o acordo de auxílio financeiro a governadores, na segunda-feira, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, já apresentou as linhas gerais do programa aos secretários de Fazenda. O banco de fomento vai assumir o papel que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desenhou para a instituição, que não deve se resumir aos financiamentos das empresas.

O BNDES já é o gestor daquela que será a primeira privatização do governo Temer, a concessionária de energia de Goiás, Celg. O processo já estava encaminhado na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff, mas acabou sendo interrompido por conta das negociações que as lideranças políticas do PT fizeram às vésperas da votação do impeachment.

“Depois de mais de 10 anos sem poder dizer a palavra privatização, o BNDES vai liderar esse processo”, disse a secretária de Fazenda do Estado de Goiás, Ana Carla Abrão. Depois da venda da Celg, segundo ela, Goiás prepara um ambicioso plano de venda de ativos do governo estadual.

Já o Estado de Alagoas quer fazer uma parceria público-privada (PPP) para a administração do laboratório estadual desativado Lifal. A estimativa é que precise de investimento inicial de R$ 18 milhões.

A versão do programa de auxílio aos Estados, que estava sob a coordenação da equipe econômica anterior, de Nelson Barbosa, já previa a alienação de ativos como contrapartida para que os Estados pudessem antecipar abatimentos do estoque da dívida. No entanto, no governo afastado do PT, o termo privatização era mal visto.

Procurado, o BNDES afirmou que não há um programa específico, mas que essa será uma das funções do banco na gestão Maria Sílvia.

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