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Boi Gordo alerta investidores sobre golpe

Usando a lista de credores da empresa apresentada no processo de concordata, o golpista entra em contato com o investidor e oferece uma operação para a recuperação do dinheiro aplicado. No final do negócio, o investidor não recebe o resgate do seu título e pode perder mais 10% do valor aplicado.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Fazendas Reunidas Boi Gordo está alertando os seus investidores sobre um golpe que já fez vítimas. O alerta esta no site da empresa desde o dia 3 de dezembro. De acordo com o comunicado, o golpista entra em contato com o credor da Boi Gordo e afirma que há uma liminar que permite a liberação de alguns contratos da empresa. Para este contato, o golpista usa a própria lista dos investidores relacionados na concordata da Boi Gordo, a qual possui nome, endereço e valor do crédito dos investidores. Os golpistas solicitam os dados da conta corrente do investidor para que seja efetuado o depósito, mas exigem que, em contra partida, o investidor deposite em uma determinada conta corrente um valor referente aos honorários advocatícios - em torno de 10% do valor do crédito. Segundo o alerta da Boi Gordo, esta conta corrente informada pelo golpista está em nome de um "laranja". De fato, o depósito é feito pelo golpista, mas em cheque, ou seja, o valor não pode ser resgatado antes da sua compensação. O investidor, ao checar a entrada do depósito, faz o seu depósito na conta corrente indicada pelo golpista. Passado o prazo para a compensação do cheque, o investidor percebe que o cheque recebido não tinha fundo, e que o depósito feito na conta do laranja foi uma perda adicional. Reportagem da Agência Estado confirma o golpe A reportagem da Agência Estado conseguiu o telefone de um golpista e fez o contato, identificando-se como um investidor da empresa. O golpista explicou que este pagamento era resultado do julgamento de uma ação popular iniciada em 1998 no Rio de Janeiro, sem dar maiores detalhes. Ele afirmou que neste processo a Justiça havia determinado que a Boi Gordo vendesse parte de seus bois para pagar investidores com títulos acima de R$ 30 mil. A ação, segundo o golpista, teria sido motivada por dificuldades financeiras da empresa em honrar o vencimento dos títulos. O golpista diz que um oficial de justiça faz o depósito na conta corrente do investidor. E que este investidor, ao confirmar o depósito, deve depositar em dinheiro 5% do valor do crédito na conta corrente do oficial de justiça. Este valor, segundo o golpista, seria usado para pagamento do Imposto de Renda (IR) do investimento; um imposto a ser recolhido pelo Estado onde o investidor fez a aplicação, cuja guia de recolhimento foi chamada pelo golpista GARI; o trabalho de diligência do oficial de justiça e custos de cartório. Além disso, o investidor teria que assinar "um termo de quitação extrajudicial". Toda esta operação teria que ser feita em um mesmo dia. A vítima pouco acostumada com a linguagem jurídica pode ficar confusa com o excesso de nomes de órgãos, leis e argumentos citados pelo golpista, embora quem conheça os procedimentos jurídicos perceba que as informações não procedem. Outro ponto importante é que a vítima verifica que sua conta de fato recebeu um depósito, mas este valor está bloqueado porque é um cheque, que depois se confirma sem fundos. Ansiosa para não perder o resgate do principal, a vítima acaba caindo no golpe. A operação é apresentada como devendo ser fechada em um único dia, período necessário para que a vítima não perceba que o cheque depositado não tem fundos. Veja a íntegra do alerta feito pela Boi Gordo no site da empresa (no link abaixo) e confira também a cartilha sobre os riscos da aplicação em Contratos de Investimento Coletivo (CICs) em engorda de animais.

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