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Bolsas da Ásia fecham em alta, à espera de estímulo à economia; Europa tem queda

Mercados internacionais não têm desempenho similar, diferentemente do que vinha acontecendo nas últimas semanas; efeito 'sobe e desce' é provocado pelo novo coronavírus

Foto do author Felipe Siqueira
Por Sergio Caldas e Felipe Siqueira
Atualização:

Os mercados asiáticos, de olho em medidas em relação ao combate dos impactos do novo coronavírus na economia mundial, fecharam em alta, após um dia de recuos na última quinta-feira, 26. Enquanto isso, na abertura dos mercados na Europa, os índices das Bolsas do velho continente operam em queda generalizada, depois de três dias consecutivos de alta. 

Mulher em frente ao placar do mercado de ações do Japão Foto: Eugene Hoshiko/AP

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O "sobe e desce" nos mercados globais havia dado uma "trégua" nesta semana, reduzindo a oscilação gigantesca dos principais índices. Os investidores vêm sentido, ao longo deste mês, principalmente, muitas incertezas em relação aos possíveis impactos nas economias ao redor do mundo, por não saberem os impactos totais que a crise atual pode ter. Bancos mundiais, em previsões para 2020, já esperam recessão em grande parte do globo, sendo que, para alguns especialistas, a depressão por conta desta pandemia pode ser até pior que a de 2008, quando a bolha imobiliária dos Estados Unidos estourou, levando ao mundo inteiro os impactos da quebra do mercado americano. 

Mercado asiático 

No Japão, o índice Nikkei subiu 3,88% em Tóquio, a 19.389,43 pontos, impulsionado por ações dos setores farmacêutico e de eletrônicos, enquanto o principal índice acionário da China, o Xangai Composto, apresentou modesto ganho de 0,26%, a 2.772,20 pontos. Há expectativa de que a Câmara dos Representantes, nos EUA, aprove um pacote fiscal de cerca de US$ 2 trilhões, proposto pelo governo de Donald Trump, para lidar com as consequências econômicas do coronavírus. O pacote já foi aprovado no Senado americano.

Na quinta, os EUA já registravam mais de 82 mil casos de infecções pela covid-19, assumindo a liderança mundial, à frente de China e Itália, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. Nesta madrugada, o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu ajudar os EUA a combater a doença numa ligação telefônica com o presidente americano, Donald Trump, segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. No Twitter, Trump confirmou a conversa e disse que os dois países "estão trabalhando juntos".

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi se valorizou 1,87% hoje em Seul, a 1.717,73 pontos, e o Hang Seng avançou 0,56% em Hong Kong, a 23.484,28 pontos, mas o Taiex caiu 0,38% em Taiwan, a 9.698,92 pontos, e o Shenzhen Composto, índice chinês formado por empresas com menor valor de mercado, recuou 0,46%, a 1.693,35 pontos. O fechamento misto das Bolsas chinesas veio após a divulgação de mais um indicador desanimador que evidencia os estragos do coronavírus. No primeiro bimestre, o lucro de grandes empresas industriais da China sofreu um tombo de 38,3% em relação a igual período do ano passado. 

Na Oceania, a Bolsa australiana ficou no vermelho, interrompendo uma sequência de três pregões de altas. Apagando ganhos do começo dos negócios, o S&P/ASX 200 fechou em queda de 5,30% em Sydney, a 4.842,40 pontos.

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Já na Europa, os mercados operam em baixa no começo dos negócios desta sexta-feira, após acumularem ganhos nos três pregões anteriores em meio a estímulos fiscais anunciados por governos de várias partes do mundo para mitigar os efeitos da pandemia de coronavírus. Às 5h18, no horário de Brasília, a Bolsa de Londres caía 3,58%, a de Frankfurt recuava 2,16% e a de Paris se desvalorizava 2,15%. Em Milão, Madri e Lisboa, as perdas eram de 1,30%, 1,87% e 0,40%, respectivamente.

Petróleo 

Os contratos futuros do petróleo operam sem direção única na madrugada desta sexta-feira, após sofrerem fortes perdas na sessão anterior e interromperem uma sequência de três dias de valorização, enquanto investidores avaliam as promessas de governos de várias partes do mundo de fazer gigantescas injeções de recursos para limitar os estragos do coronavírus e estimam o violento impacto da pandemia na demanda pela commodity. Às 4h40 (de Brasília), o petróleo WTI para maio subia 0,66% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 22,75 o barril, mas o petróleo Brent para junho recuava 0,17% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 28,60 o barril.

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Futuros de Nova York

Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa na madrugada desta sexta-feira, após os recentes ganhos dos mercados à vista em Wall Street, com o índice Dow Jones acumulando sua maior alta em três pregões seguidos desde 1931. Nos últimos dias, as ações em Nova York foram sustentadas pelo avanço no Congresso americano de um pacote de US$ 2 trilhões proposto pelo governo dos EUA para amenizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Mas os mercados continuam sensíveis ao noticiário sobre a doença. Ontem, os EUA atingiram mais de 82 mil casos de infecções pela covid-19, assumindo a liderança mundial, à frente de China e Itália, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. Às 4h20 (de Brasília), no mercado futuro, Dow Jones caía 1,06%, S&P 500 recuava 1,18% e Nasdaq se desvalorizava 1,37%.