Embalada pelos bons ventos vindos do exterior e pelas perspectivas de um ambiente doméstico mais favorável neste ano, a Bolsa fechou o nono pregão consecutivo em alta e o Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira, 4, com uma valorização de 0,84%, aos 78.647,41 pontos, renovando também a sua pontuação máxima histórica.
Na opinião de analistas, a Bolsa brasileira espelhou o otimismo observado nos mercados internacionais, a começar pelo índice Nikkei, de Tóquio, que fechou acima dos 23 mil pontos pela primeira vez desde 1992. Em Nova York, os mercados renovaram máximas sucessivas durante o dia, com o Dow Jones superando os 25 mil pontos.
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O apetite pelo risco fez os investidores estrangeiros alimentarem também o giro financeiro da Bolsa por aqui. O volume, que chegou a R$ 9,6 bilhões, é maior que a média da primeira semana do ano passado, que ficou em torno de R$ 5,6 bilhões.
Segundo a Bolsa, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 865,817 milhões no primeiro pregão de 2018, na última terça-feira, 2. Na ocasião, o Ibovespa fechou em alta de 1,95%, aos 77.891,03 pontos.
Nesse ambiente favorável, as ações consideradas mais seguras do setor financeiro ganharam destaque no pregão desta quinta-feira, com Itaú Unibanco (PN) em alta de 2,08%, e valorização de 5,96% em janeiro, e Bradesco (PN) com 1,64% de ganho, e 4,36% no acumulado do ano.
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Esse otimismo também fez a moeda americana à vista fechar na casa dos R$ 3,23, menor patamar em quase um mês. Essa foi a terceira queda consecutiva do dólar, que já acumula perdas de 2,45% desde o início deste ano.
Para Carlos Soares, analista de investimentos da Magliano Corretora, o fluxo puxado pelo mercado global teve apoio na divulgação de indicadores econômicos muito positivos, como os dados do indicador PMI de serviços da China, que veio reforçando a visão de que o país segue em ritmo de crescimento.
“O dado, juntamente com a ata do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que não trouxe novidades, acabou refletindo no bom humor das bolsas europeias também.”
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Marco Saravalle, da XP Investimentos, complementa que “o cenário global está jogando a favor e, por falta de notícias da política, os investidores conseguem olhar para os fundamentos, que mostram dados positivos e perspectivas de lucro”.
Risco menor. O risco Brasil medido pelo Credit Default Swap (CDS) - derivativo que protege contra calotes - caiu abaixo de 150 pontos ontem, o que não ocorria desde 2014. O CDS de 5 anos do País era negociado a 148 pontos, de acordo com relatório do Banco Fibra.
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Segundo fontes do mercado, esse foi o décimo dia consecutivo de queda do indicador, sinalizando que a percepção de risco dos estrangeiros sobre o Brasil segue em trajetória de melhora.
O CDS do Brasil começou a subir em ritmo forte no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e superou os 500 pontos no final de 2015, um dos maiores níveis entre os emergentes. Em seguida, ficou acima do patamar de 400 pontos até o começo de 2016. Após o impeachment, começou a cair com a expectativa de que o novo governo faria o ajuste fiscal e outras reformas estruturais.
Na América Latina, a Venezuela tem o CDS mais alto, de 6 mil pontos. A Argentina também tem CDS acima do nível brasileiro, em 229 pontos. Entre os países com CDS abaixo do brasileiro, estão Colômbia (103), México (101), Peru (69) e Chile (47). / ALTAMIRO SILVA JUNIOR, EULINA OLIVEIRA, MATEUS FAGUNDES e SIMONE CAVALCANTI