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Brasil anuncia embargo a maçãs e peras argentinas

Medida visa a proteger agricultores no País; praga erradicada no Brasil foi detectada nos frutos

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Por Redação
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O Brasil decidiu nesta terça-feira, 24, suspender a importação de maçãs e peras argentinas em função da presença da praga Cydia pomonella nos frutos, em uma medida que visa proteger os agricultores brasileiros de uma eventual volta da doença, erradicada no país em 2014. "Na questão de defesa sanitária e controle de pragas e doenças, o Brasil não pode transigir. A tolerância será zero, independentemente do parceiro comercial", afirmou a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em nota. De acordo com a pasta, a suspensão vale até que o sistema argentino que fiscaliza os riscos relacionados à pragas e doenças seja reavaliado. Na nota, o ministério afirma que a praga, conhecida como traça da maçã, foi encontrada em 15 carregamentos de maçãs e peras provenientes daquele país, nos primeiros meses do ano. Carregamentos de marmelo oriundos do país vizinho também serão barrados. O governo brasileiro já havia ameaçado embargar a importação da maçã argentina, caso o país não permitisse a entrada de auditores brasileiros para confirmar ou não a existência da praga nos carregamentos argentinos, conforme antecipou a Reuters na semana passada. A protelação da Argentina em autorizar a entrada dos fiscais no país para inspecionar os frutos “in loco”, marcado para março e depois para abril, a pedido dos argentinos, fez com que o Mapa decidisse embargar o fruto. Desde que erradicou a praga o Brasil possui um certificado internacional, ao contrário da Argentina, fazendo-se necessário a entrada desses auditores no país vizinho para realização de inspeções. O bloqueio pode estremecer as relações comerciais com o país vizinho, ainda que o comércio da fruta envolva valores relativamente pequenos perto das exportações e importações dos principais produtos do agronegócio nacional. No ano passado, as importações de maçã argentina pelo Brasil somaram 46,1 mil toneladas, o equivalente a 48,8 milhões de dólares, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro.

(Por Nestor Rabello)

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