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Brasil e Colômbia fecham acordo de livre-comércio para o setor automotivo

Acordo prevê cota de 12 mil veículos no ano que vem, passando para 50 mil a partir de 2018, que poderão ser exportados com tarifa zero; para a Anfavea, será uma oportunidade para as montadoras disputarem mercado de 350 mil carros por ano

Por Adriano Ceolin e Renata Veríssimo
Atualização:

BRASÍLIA E BOGOTÁ - Brasil e Colômbia firmaram nesta sexta-feira um acordo para incentivar o comércio de veículos entre os dois países. A partir do ano que vem, haverá uma cota de automóveis que poderá ser exportada com tarifa zero. Inicialmente, essa cota será de 12 mil veículos, subindo para 25 em 2017 e 50 mil a partir de 2018. O acordo foi fechado em Bogotá, durante visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à Colômbia. “Em 2014, o intercâmbio comercial passou de US$ 1,5 bilhão para US$ 4 bilhões. São 165% de crescimento. Acredito que é apenas o início de um processo que, sem dúvida, será vantajoso para os povos e a economia dos países”, disse Dilma. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, comemorou o acordo e citou que é preciso trabalhar, sobretudo, nos momento de crise econômica. “Temos de trabalhar os temas comerciais diante das dificuldades econômicas. Aumentar os investimentos recíprocos”, afirmou o presidente Santos. A Colômbia é o terceiro maior mercado da América do Sul e pode significar um alívio para o setor nesse momento de queda nas vendas no mercado doméstico e encolhimento no comércio bilateral com a Argentina. A demanda na Colômbia gira em torno de 300 mil a 350 mil veículos por ano, e o País ainda tem uma indústria automotiva em desenvolvimento, com capacidade de produção em torno de 120 mil unidades.

Presidente colombiano,Juan Manuel Santos,em pronunciamento ao lado deDilma Rousseff, queviajoupara a Colômbia paraacelerar acordos comerciais Foto: Diego Vega/EFE

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Competição. Atualmente, para um carro brasileiro entrar no mercado colombiano precisa pagar 16% de tarifa de importação. O vice-presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Antônio Sérgio Melo, disse que o acordo dará condições mais favoráveis para o Brasil competir no mercado colombiano. Ele destacou que a Colômbia já tem outros acordos automotivos com países como EUA, México e Coreia, além da União Europeia.  “É fundamental que o Brasil participe desse mercado”, disse. “O acordo é oportuno e permitirá que a indústria brasileira tenha maior participação no mercado colombiano. Estão sendo criadas condições mais favoráveis.”  Segundo o acordo, para terem direito à isenção de Imposto de Importação, as montadoras terão de cumprir uma exigência mínima de uso de peças regionais na produção.  O entendimento para o livre-comércio no setor automotivo é um avanço do Acordo de Complementação Econômica de número 59 assinado, em 2003, por Colômbia, Venezuela, Equador e os países do Mercosul. Nos últimos anos, porém, o processo de redução de tarifas vinha ocorrendo de forma lenta.  Além do entendimento no setor automotivo, Dilma e Santos firmaram mais dois atos: um acordo de cooperação e facilitação de investimentos entre os países e um memorando de entendimento para a cooperação em assuntos indígenas na fronteira. Também foram firmadas parcerias na área de meio ambiente e transporte fluvial.

O acordo:

- Cota Acordo fechado entre Brasil e Colômbia prevê uma cota de veículos que poderá ser exportada com tarifa zero. A cota começa com 12 mil veículos, passando para 25 mil em 2017 e 50 mil a partir de 2018.- Mercado A Colômbia é o terceiro maior mercado na América do Sul e o acordo pode trazer alívio para a indústria automobilística no momento de forte queda das vendas no mercado doméstico brasileiro e o encolhimento no comércio bilateral com a Argentina.- Demanda A demanda por veículos na Colômbia é de 300 mil a 350 mil veículos por ano. Hoje, um carro brasileiro para um imposto de 16% para entrar no mercado colombiano.

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