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Brasil perdeu quase 10 mil lojas no 1º tri, mas ritmo de fechamento caiu 75% em relação a 2016

Embora o indicador ainda esteja no vermelho, há expectativa de que feche o ano no zero a zero, que na avaliação de economistas, pode ser considerado favorável

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Por Adriana Fernandes
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BRASÍLIA - O comércio brasileiro registrou o fechamento de 9.965 lojas no primeiro trimestre. Apesar de negativo, o número mostra forte desaceleração depois de um longo período de contração no varejo. Segundo dados apresentados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o fechamento de lojas nos primeiros três meses do ano foi 75% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Para a entidade, isso indica melhora significativa no setor. 

O economista-sênior da CNC, Fabio Bentes, prevê ainda que o comércio deve voltar a registrar abertura líquida de lojas em 2018 Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

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Embora o indicador ainda esteja no vermelho, há expectativa de que feche o ano no zero a zero. O que, na avaliação de economistas, pode ser considerado um fato favorável. O economista-sênior da CNC, Fabio Bentes, prevê ainda que o comércio deve voltar a registrar abertura líquida de lojas em 2018. 

O economista disse ainda que há perspectiva de um quadro bem mais favorável no segundo semestre de 2017. A CNC estima um crescimento 1,2% no varejo no ano de 2017 em relação ao anterior. Até o primeiro quadrimestre, há queda de 1,8%, mas a expectativa é de trajetória favorável nos próximos meses. 

Apesar do número global ser negativo no quadrimestre, as vendas já estão positivas no setores de vestuário e calçados, materiais de construção e móveis e eletrodomésticos. A expectativa é que o próximo setor que voltará ao azul é de hiper e supermercados - que é o mais importante do varejo brasileiro. Esse segmento vem apresentando aumento da concentração e a tendência deve continuar, cita a CNC. Outras tendências são o aumento da presença de importados no fim do ano e a indicação de que o comércio de rua deve perder mais espaço para o comércio eletrônico. 

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Emprego e recuperação. A entidade do comércio também traçou um cenário mais favorável no emprego no varejo, com estabilidade no ano de 2017 - que deve terminar com pequeno crescimento de 2 mil postos de trabalho - depois do grande fechamento de 175 mil empregos em 2015 e 177 mil vagas em 2016.

O economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, também traçou um cenário favorável para a recuperação da atividade econômica. "Apesar da política, a economia anda", disse o economista, ao destacar que os sinais para a atividade em 2018 são favoráveis e o "pior já passou". Independentemente da crise, ele avalia que essa recuperação já está contratada. 

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Um dos fatores que sustenta essa avaliação é a queda da inflação. O economista-chefe da Confederação projeta alta de 3,2% nos preços em 2017 - cenário bem mais favorável que se imaginava inicialmente. O quadro, segundo ele, permite ao Banco Central continuar com a queda do juro para até 8% no fim do ano e para até 7% em 2018. 

Freitas diz ainda que o crescimento da atividade pode ganhar velocidade se a reforma da Previdência entrar no radar dos investidores - o que não acontece na atualidade. As condições externas também são favoráveis, com liquidez e a posição confortável das contas externas do Brasil. A situação fiscal, no entanto, é uma preocupação permanente com o risco de uma trajetória insustentável da dívida, o que pressiona os juros da economia. O economista-chefe previu que o crédito, que é fundamental para o setor, ainda não se recuperou e a entidade tem previsão alta nominal de 2% neste ano, mas com queda real de pouco 1% no ano.

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