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Brasil rejeita propostas da Arábia Saudita para reduzir produção de petróleo

País ampliou em setembro em 3% a produção de óleo, chegando a 2,65 milhões de barris por dia (bpd)

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Por Redação
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RIO DE JANEIRO - O Brasil rejeitou um esforço informal do governo da Arábia Saudita para participar do empenho da Opep para cortar a produção e reduzir o excesso de oferta global de petróleo, que tem pressionado os preços internacionais e prejudicado os grandes produtores do produto.

No pré-sal, em setembro, a produção de petróleo e gás natural operada pela Peterobrás foi de 1,68 milhão e barris por dia, volume 6,6% acima do mês anterior Foto: Agência Petrobrás

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O secretário de petróleo e gás do ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, afirmou à Reuters que o País tem sido "sondado" periodicamente para tratar do tema e que, na semana passada, foi procurado por um assessor do ministro de energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih.

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No entanto, Félix destacou que a legislação e o posicionamento de mercado do Brasil impedem uma participação do País na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Além disso, destacou que o País está em busca de aumentar a produção para atrair mais investimentos.

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"Eles estão preocupados com o crescimento da produção do Brasil... A gente já explicou por que o Brasil não pode fazer isso", afirmou Félix, em uma entrevista por telefone.

O telefonema da Arábia Saudita ocorreu dias após petroleiras gigantes, como a Shell, terem arrematado áreas em uma abertura histórica para operadores estrangeiros do cobiçado pré-sal brasileiro, parte da tentativa do País para aumentar agressivamente a produção nos próximos anos.

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A produção de petróleo no Brasil - maior produtor de petróleo da América Latina - subiu 3% em setembro para 2,65 milhões de barris por dia (bpd) em relação a agosto, segundo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A agência reguladora prevê que a produção no Brasil poderá dobrar para mais de 5 milhões de bpd até 2027.

No fim do ano passado, Félix chegou a participar de um encontro de membros e não membros da Opep, mas se posicionou contra o corte de produção fechado na época, o primeiro acerto do gênero desde 2008.

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Em um acordo atual, a Opep, liderada pela Arábia Saudita, concordou em restringir a produção em 1,8 milhão de barris por dia (bpd), juntamente com outros países, incluindo a Rússia, até março de 2018.

Uma reunião da Opep está marcada para o fim deste mês e há grande expectativa para uma extensão do acordo.

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Os preços do petróleo atingiram máximas desde meados de 2015 na segunda-feira, após o príncipe herdeiro da Arábia Saudita consolidar seu poder ao longo do fim de semana em uma repressão contra a corrupção. / REUTERS

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