Brazil Pharma, do BTG, compra rede baiana Sant'ana por R$ 497 milhões

Medicamentos. Com a aquisição do grupo da Bahia, que conta com 101 lojas no Estado, a Brazil Pharma chega perto das mil lojas em todo o País e se torna a segunda maior rede de farmácias no Nordeste, atrás apenas da Pague Menos, com sede no Ceará

A Brazil Pharma, braço do banco BTG Pactual para o setor farmacêutico, anunciou ontem a compra da rede baiana de farmácias Sant'ana, com 101 lojas na Bahia. O valor total do negócio é de R$ 497 milhões, sendo R$ 247 milhões pagos à vista em dinheiro, R$ 150 milhões em ações da Brazil Pharma e R$ 100 milhões quatro anos após a assinatura do contrato. Pelo acordo, a Sant'ana será incorporada à rede Farmais, uma das controladas da Brazil Pharma. Após a conclusão do negócio, os controladores da rede baiana ficarão com uma participação de 7% na Brazil Pharma. A Sant'ana é a nona maior rede de farmácias do País.A aquisição faz da Brasil Pharma a segunda maior rede de farmácias do Nordeste, atrás apenas da cearense Pague Menos. Nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, a Brazil Pharma possui presença maior do que as líderes nacionais RaiaDrogasil e São Paulo/Pacheco - que são muito mais forte no Sudeste.A expansão da Brazil Pharma mostra, porém, como a disputa no mercado de farmácias vem se tornando cada vez mais uma disputa de pesos pesados. No ano passado, as fusões entre a DrogaRaia e a Drogasil e entre a Drogaria São Paulo e a Pacheco já haviam mudado totalmente a cara do mercado. Mais recentemente, circularam rumores de uma fusão entre as redes Pague Menos e Ultrafarma.Composta por 986 pontos de venda, dos quais 627 lojas próprias e 359 franquias, a Brazil Pharma pretende abrir 100 novas lojas em 2012, das quais 20 na Bahia. As novas unidades no Estado devem ser relacionadas à marca Sant'ana, a qual também deverá incorporar a marca Estrela Galdino, adquirida no final do ano passado.Após a aquisição da Sant'Ana, a Brazil Pharma pretende reduzir o ímpeto por aquisições - no final do ano passado, também comprou a rede paraense Big Ben. "O natural é que a representatividade de novas aquisições, olhando para a frente, seja cada vez menor. O foco agora será em crescer de forma orgânica, para que consigamos entregar o retorno esperado por todos", disse o diretor-presidente da Brazil Pharma, André Sá.Assim que for concluída a aquisição, a receita bruta combinada da Brazil Pharma saltará de R$ 1,85 bilhão para R$ 2,38 bilhões, com base em dados de 12 meses encerrados em setembro de 2011 - a receita das líderes RaiaDrogasil e São Paulo/Pacheco supera os R$ 4 bilhões. O lucro bruto consolidado subirá para R$ 747 milhões, com Ebitda (geração de caixa) de R$ 138 milhões e lucro líquido de R$ 81 milhões. Joia. Segundo André Sá, as vendas da Sant'ana são divididas em 61% com medicamentos de marca, 21% de não medicamentos e 18% de genéricos. Esse perfil de vendas e a relevância no mercado baiano contribuem para que a empresa seja considerada pelo BTG uma "preciosidade". "É uma transação bastante estratégica para nós. A empresa é tida como joia da coroa do setor", disse Sá, em teleconferência. "Estávamos dispostos a pagar um prêmio pela operação." As negociações entre as duas empresas levaram quase um ano. O negócio foi concluído na sexta-feira.