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BTG confirma pedido de falência da Leader

Família Furlan, fundadora da rede Seller, que foi comprada pela Leader em 2013, alega falta de pagamento de uma das parcelas

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Por Redação
Atualização:
Leader deu início a um processo de reestruturação Foto: Fábio Motta/Estadão

A crise que se instalou no BTG Pactual, desde a prisão do fundador André Esteves em novembro do ano passado, acabou de ganhar mais um capítulo. A varejista Leader, controlada pelo banco, teve sua falência pedida na semana passada pela família Furlan, fundadora da rede de lojas Seller – que foi comprada pela Leader em 2013. O pedido judicial de falência foi confirmado pelo banco em um comunicado ao mercado na noite de sexta-feira.

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Um atraso no pagamento de uma parcela referente à venda da varejista do interior de São Paulo foi o que motivou o pedido de falência. Em nota, a Leader afirmou que “já discutia valores pleiteados pelos vendedores da Seller (...), em virtude, dentre outros motivos, de inconformidades patrimoniais e contábeis da Seller verificadas quando da conclusão da referida alienação”.

Segundo o banco, embora a varejista ainda não tenha sido notificada, a empresa já está estudando as medidas que serão adotadas.

Especializada na venda de produtos de cama, mesa e banho, a Seller tem mais de 50 lojas espalhadas por cidades dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. As dificuldades para integrar essa aquisição à estrutura da Leader obrigou a empresa a iniciar no ano passado um amplo processo de reestruturação.

Adquirida em 2012 pelo BTG Pactual (o banco tem 70% de participação e a família Gouvêa, fundadora da rede, os outros 30%), a Leader era considerada a aposta do banco para dar início a um movimento de consolidação no setor varejista, de olho no crescimento da classe C. Um ano depois, o BTG comprou a rede Seller.

Mas o que parecia ser um projeto vencedor, calcado no potencial na classe média emergente, não deslanchou. Em outubro de 2015, o BTG Pactual contratou a consultoria do executivo Enéas Pestana, ex-Grupo Pão de Açúcar (GPA), para dar suporte a algumas das empresas adquiridas por seus fundos de private equity, entre elas, a Leader.

Os desafios não eram pequenos, já que as duas empresas têm propostas distintas. A Leader tem cerca de 60% da receita vinda de vestuário e o restante vem de cama, mesa e banho e utilidades domésticas. Já, na Seller, é o contrário: o vestuário é só 40% do faturamento. No ramo de moda, a Seller só fazia compras de oportunidade na indústria, não tinha coleções próprias e sequer um centro de distribuição. Um dos passos no processo de integração seria a unificação das marcas, com a conversão das lojas Seller em Leader.

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