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Cade ouve empresas sobre ALL-Rumo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) começou a ouvir, nos últimos dias, empresas que entraram como terceira parte interessada no caso ALL-Rumo. A Superintendência-Geral do órgão antitruste, que definiu a operação envolvendo as duas empresas como "complexa" (que não pode ser decidida sumariamente e precisa de mais detalhes da fusão), quer saber das empresas quais seriam os reais impactos da fusão, caso o negócio seja aprovado. A incorporação da América Latina Logística (ALL) pela Rumo, do grupo Cosan, anunciada em fevereiro depois de dois anos de intensas negociações, foi considerada uma das maiores operações de infraestrutura do ano. No entanto, a transação mobilizou tradings, associações de produtores de soja e operadores logísticos, que temiam que a união das duas empresas prejudicasse o transporte de grãos em detrimento do açúcar. Desde julho, quando o caso da ALL-Rumo chegou ao Cade, foram apresentadas 12 impugnações - manifestação de terceiros interessados na operação. Fontes ouvidas pelo Estado afirmaram que o Cade poderá impor algumas restrições para que a transação entre as duas companhias seja aprovada. Entre elas, a imposição de que operadores independentes ferroviários possam ocupar uma parte do percurso dos 12 mil quilômetros de malha ferroviária da companhia, além de venda de parte dos terminais secos de açúcar e portuários. No início deste mês, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regula o setor, aprovou sem restrições a fusão entre as duas companhias.

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Por Redação
Atualização:

'As empresas vão apertar o cinto no ano que vem' As empresas brasileiras devem passar por uma nova onda de corte de custos no ano que vem, estima Luiz Vieira, sócio e vice-presidente da Strategy&, fruto da fusão da Booz & Company com a área de consultoria da Pricewaterhousecoopers (PWC). Em sua visão, a economia brasileira desacelerou, o pessimismo toma conta dos empresários e a ordem é cortar a "gordura" para ganhar eficiência. Qual o cenário para as empresas brasileiras em 2015? A economia esfriou. Todas as empresas vão apertar o cinto e terão de fazer novos cortes de custos. Muitas delas já vêm de momentos de cortes de custos anteriores e querem fazer o processo de forma mais estrutural. O desafio é saber onde cortar, para as empresas não deixem de aproveitar o próximo ciclo de crescimento econômico. Como decidir onde cortar? O caminho clássico na hora de enxugar custos é cortar, por exemplo, 10% do orçamento de cada departamento da empresa. Mas isso faz com que as empresas voltem a ficar inchadas quando a economia voltar a crescer. Elas tendem a recompor o quadro e depois precisam passar por tudo de novo quando a economia esfriar. A solução sustentável é refazer a estrutura de custos da empresa, considerando o que é realmente o diferencial do negócio. Assim, é possível preservar áreas mais relevantes e fazer cortes mais profundos em despesas não essenciais. Mas diversas companhias brasileiras anunciaram reduções de custos nos últimos anos. Ainda há o que cortar? Sim. Após ciclos de otimismo, as empresas ficam gordas, pois esperavam um crescimento que não se concretizou. Muitas já enxugaram despesas nos últimos anos, mas ainda há o que cortar a partir de uma análise estrutural do negócio.

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