'As empresas vão apertar o cinto no ano que vem' As empresas brasileiras devem passar por uma nova onda de corte de custos no ano que vem, estima Luiz Vieira, sócio e vice-presidente da Strategy&, fruto da fusão da Booz & Company com a área de consultoria da Pricewaterhousecoopers (PWC). Em sua visão, a economia brasileira desacelerou, o pessimismo toma conta dos empresários e a ordem é cortar a "gordura" para ganhar eficiência. Qual o cenário para as empresas brasileiras em 2015? A economia esfriou. Todas as empresas vão apertar o cinto e terão de fazer novos cortes de custos. Muitas delas já vêm de momentos de cortes de custos anteriores e querem fazer o processo de forma mais estrutural. O desafio é saber onde cortar, para as empresas não deixem de aproveitar o próximo ciclo de crescimento econômico. Como decidir onde cortar? O caminho clássico na hora de enxugar custos é cortar, por exemplo, 10% do orçamento de cada departamento da empresa. Mas isso faz com que as empresas voltem a ficar inchadas quando a economia voltar a crescer. Elas tendem a recompor o quadro e depois precisam passar por tudo de novo quando a economia esfriar. A solução sustentável é refazer a estrutura de custos da empresa, considerando o que é realmente o diferencial do negócio. Assim, é possível preservar áreas mais relevantes e fazer cortes mais profundos em despesas não essenciais. Mas diversas companhias brasileiras anunciaram reduções de custos nos últimos anos. Ainda há o que cortar? Sim. Após ciclos de otimismo, as empresas ficam gordas, pois esperavam um crescimento que não se concretizou. Muitas já enxugaram despesas nos últimos anos, mas ainda há o que cortar a partir de uma análise estrutural do negócio.