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Cade vai acompanhar a briga passo a passo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá acompanhar cada passo dado pelos acionistas da Usiminas, afirmou ao Estado Victor Santos Rufino, procurador-chefe do órgão antitruste.

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Por Redação
Atualização:

No dia 27 de abril, o órgão autorizou a CSN, maior acionista fora do bloco de controle da Usiminas, a indicar dois membros do conselho de administração (Gesner de Oliveira e Ricardo Weiss) e um para o conselho fiscal (Wagner Mar). “Eles terão de se reportar ao Cade, não à CSN”, disse.

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Essa decisão ocorreu depois de o próprio Cade negar à CSN o direito para indicar membros para o conselho. Essa maior flexibilização do órgão, segundo Rufino, reflete a deterioração da siderúrgica nos últimos meses. A Usiminas desligou há quase um ano altos-fornos, parou a produção primária de Cubatão (SP) e demitiu cerca de 4 mil funcionários em janeiro. “Foram levadas em consideração (na atual decisão) a falta de consenso entre os sócios e toda a situação financeira delicada da Usiminas.” 

Além disso, o órgão antitruste, segundo Rufino, tentou promover, nas semanas que antecederam essa última decisão do dia 27, um entendimento com os sócios do bloco de controle. Não obteve sucesso.

Fontes ligadas à Usiminas negam que houve esse tipo de aproximação e entendem que a CSN no conselho gera um conflito de interesse. Os acionistas afirmam que Gesner de Oliveira não é “tão independente”, uma vez que foi contratado como consultor durante o processo de descruzamento das ações entre CSN e Vale, em 2001.

Rufino rebateu e disse que o fato de Oliveira, que também foi presidente do Cade, ter sido consultor há mais de dez anos de uma operação que envolvia a CSN não inviabiliza sua presença no posto. “Gesner de Oliveira foi presidente de uma companhia aberta, a Sabesp, e tem uma carreira acadêmica conceituada. Acreditamos na sua reputação e independência.”

Saída. A CSN, por determinação do Cade em 2012, terá de se desfazer das ações da Usiminas, adquiridas sobretudo ao longo de 2011. O prazo de saída é mantido em sigilo, uma vez que pode influenciar no preço das ações da Usiminas.

Questionado pela reportagem, Rufino se recusou a comentar os prazos estipulados pelo órgão para a saída definitiva da CSN da Usiminas. Fontes de mercado, contudo, afirmam que o grupo tem pelo menos três anos para se desfazer de sua fatia. / M.S.

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