SÃO PAULO - Andar de carro com um bebê em uma cadeirinha automotiva não é tão seguro quanto parece – ou deveria. Ainda que a utilização delas seja expressamente recomendada, no quarto teste realizado pela Proteste Associação de Consumidores sobre a segurança das cadeirinhas, a conclusão foi de que esses dispositivos de retenção das crianças nos veículos ainda precisam melhorar.
A classificação máxima no teste de segurança foi de cinco estrelas, mas nenhuma cadeirinha obteve além de três na avaliação feita pelo Programa de Avaliação de Carros Novos Global NCAP, e ICRT (International Research & Testing, na sigla em inglês), entidade parceira da Proteste, com a colaboração da Fundação Gonzalo Rodríguez (Uruguai).
Foram submetidos a testes de impactos 13 modelos de cadeirinhas automotivas para avaliação da segurança dos equipamentos disponíveis no mercado latino americano. Os produtos testados são para crianças de 0 a 36 quilos.
De acordo com a Proteste, no teste de colisão frontal, o modelo Galzerano Orion Master quebrou na parte traseira, próximo ao cinto de segurança da cadeirinha; no Baby Style Cadeira 7000 e Chicco Xpace também houve grande deslocamento do boneco usado nos testes.
A presilha lateral da Baby Style 333 ainda se rompeu no teste de colisão frontal. Com a ruptura, a cadeirinha se desestabilizou completamente, jogando o boneco para todos os lados, desestabilizando todo o dispositivo. Houve grande deslocamento da cadeirinha Chicco Eletta e, por consequência, do boneco. O mesmo ocorreu com o modelo Nania Cosmo SP Ferrari, do Grupo 0/1.
Os resultados foram ainda piores no teste de colisões laterais, que não é exigido pelo Inmetro na análise para certificar as cadeirinhas vendidas no Brasil. Na Burigotto Touring SE 3030 e Lenox Casulo ocorreu um forte contato da cabeça com a lateral da porta. Os demais modelos foram considerados ruins, com um contato menos forte.
O único modelo com segurança lateral adequada foi Bebe Confort Axiss, oferecendo boa proteção da cabeça, não permitindo o contato com a porta lateral do veículo.
Recomendações. Para aumentar a segurança da criança em caso de colisão lateral, recomenda-se que a cadeirinha seja instalada na parte central do banco traseiro, caso o carro tenha cinto de três pontos nessa posição. O cinto abdominal não prende a cadeirinha com firmeza.
Além disso, a atenção deve ser redobrada para instalar a cadeirinha automotiva – caso mal instalada, pode colocar em risco a criança. Nesse item, o pior resultado ficou com a Baby Style 33. O teste considerou difícil passar o cinto de segurança pelos caminhos eajustá-lo depois. Também houve problemas para entender como preparar a cadeirinha em caso de conversão de Grupo 0+ (até 1 ano comaté 13 quilos) para o Grupo 1 (1 a 4 anos e 9 a 18 quilos).
As cadeirinhas mais fáceis de instalar foram Burigotto Touring SE 303, Lenox Casulo, Baby Style Cadeira 7000, Bebe Confort Axess, Chicco Xspace e Chicco Eletta e Nania Cosmo SP Ferrari. Já na hora de colocar a criança na cadeirinha, os resultados não foram tão ruins.
Modelos avaliados. Para crianças até 13 Kg, foram avaliados os modelos: Burigotto Touring SE 3030; Lenox Casulo; Galzerano Coccon Infanti ; Baby Style Cadeira; Bebe Confort Axiss; Chicco Xpace; Galzerano orion Master ; Baby Satyle 333; Chicco Eletta ;Nania Cosmo SP Ferrari.
Os outros modelos três modelos testados não são vendidos no Brasil, mas estão disponíveis em outros países latino-americanos e também tiveram avaliações ruins. São eles: Infanti Saville V3 (Grupo 0+/1), Premium Baby Grand Prix (Grupo I/II) e Infanti Saville Max-V8 A (Grupo 0+/I/II/III).