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Caixa muda regra de patrocínio de times de futebol

Banco, que dará R$ 100 milhões para 12 equipes, vai priorizar times com maior visibilidade e contratos passarão a vencer em dezembro

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Por Murilo Rodrigues Alves
Atualização:

BRASÍLIA - A Caixa vai renovar nos próximos dias os patrocínios da maioria dos times de futebol da sua carteira, mas todos os contratos vão passar a vencer em dezembro de cada ano. A única exceção é o do Corinthians, de R$ 30 milhões, que foi assinado em fevereiro, antes de a nova gestão assumir o banco estatal, e vai até o mesmo mês de 2016. "Essa mudança permite um melhor planejamento dos clubes e da Caixa. Se um clube entra na Libertadores evidentemente ele tem maior potencial de exposição de mídia. Vai ser bom para os clubes se planejarem logo no início do ano. Faz parte da profissionalização do banco na gestão dos patrocínios de futebol", disse ao Estado Miriam Belchior, presidente da Caixa. O banco vai desembolsar pouco menos de R$ 100 milhões para patrocinar 12 clubes neste ano, quantia semelhante à do ano passado. No entanto, como os contratos terão prazo menor, os times vão ganhar um pouco mais por mês. O valor desembolsado ao futebol é superior ao que a Caixa gasta para patrocinar outros esportes olímpicos, por volta de R$ 80 milhões. O contrato do Vasco, de R$ 15 milhões, deve ser publicado hoje no Diário Oficial da União. Os próximos serão do Flamengo (R$ 16 milhões), Figueirense e Chapecoense, todos com vigência de oito meses. Outros sete clubes ainda estão em negociação - Coritiba, Atlético Paranaense, Vitória, Sport, Atlético Goianiense, CRB e ABC. No ano passado, eram 15 times, mas um desistiu do patrocínio (Paraná) e outros dois caíram para a série C - Asa de Arapiraca (AL) e América, de Natal. Os clubes precisam estar com as contas em dia e não dever nada de tributos para assinar com a instituição financeira. O banco estatal decidiu que não vai mais patrocinar times que não estiverem na elite do futebol brasileiro. A presidente da Caixa disse que o retorno maior para a instituição é de patrocínios aos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, principalmente os de maior torcida e que dão mais pontos de audiência. "Esse é o centro da nossa escolha de time", afirmou Miriam. A conclusão é contrária à estratégia que tinha sido adotada na gestão anterior de procurar pequenos times para regionalizar a marca, em especial no Norte e no Nordeste. De acordo com Miriam, a Caixa continuará a assistir esses clubes, mas pelo patrocínio dos campeonatos da Série C, da Copa do Nordeste e da Copa Verde (da região Norte), além do apoio à competição do futebol feminino. Nesses patrocínios, a Caixa desembolsa R$ 20 milhões.

 Foto: Infográficos/Estadão

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Invisível.

Analistas de marketing esportivo argumentam que o patrocínio por anos seguidos e a vários times pode fazer com que a marca da Caixa passe a ficar "invisível" aos olhos do público. "Usamos inúmeros estudos que apontam que, se isso passar a acontecer, de fato, vamos ter de repensar. O pessoal está olhando com muito cuidado pelo montante de recursos empregados", afirmou Miriam. "Por isso, o atraso na renovação dos contratos."

Segundo a presidente da Caixa, o banco tem um retorno de mídia cinco vezes maior do que os investimentos. "Esse é ainda um bom mecanismo para atrair novos clientes", garantiu. Além da exposição de mídia, a Caixa procura lançar novos produtos, como cartões de crédito, títulos de capitalização e previdência destinados às torcidas. Até agora, só conseguiu fazer cartões para os torcedores do Corinthians.

Outra forma de negócio para o banco estatal é condicionar o apoio aos times em troca da folha de pagamento dos servidores públicos, como revelou o Estado em 2013.

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