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Caminhoneiros param trechos de rodovias em São Paulo

Protestos bloqueiam trecho da Raposo Tavares na região de Assis e da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros em Tupi Paulista; na Região Sul, caminhoneiros mantêm manifestações

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Por Redação
Atualização:

Cerca de 200 caminhões, segundo a Polícia Rodoviária, bloqueiam parcialmente um trecho no quilômetro 420 da rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Palmital, na região de Assis, no interior de São Paulo. O bloqueio teve início por volta das 7h30 e segundo os caminhoneiros não tem hora para terminar.

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Os caminhões do protesto estão parados no acostamento e na pista da direita da rodovia, nos dois sentidos. Os manifestantes impedem que os outros caminhoneiros sigam viagem. Apenas caminhões com cargas perecíveis e carros estão sendo liberados do bloqueio pelas pistas da esquerda nos dois sentidos.

A rodovia é uma das principais ligações do interior de São Paulo com o Paraná e demais estados da região Sul do País. Por ela, transitam os produtos que abastecem o comércio paulista, principalmente hortifrútis, carne suína e farinha de trigo.

O protesto é feito por caminhoneiros autônomos da região de Assis, que dizem não ter ligação com o comando nacional que está promovendo os protestos em outros Estados. Eles pedem redução do preço do diesel e dos pedágios, entre outras reivindicações.

A paralisação é a terceira realizada pelo grupo no mesmo local. Na semana passada, eles paralisaram a rodovia por duas vezes, quarta e quinta-feira, causando congestionamentos de até seis quilômetros nas pistas da direita dos dois sentidos. Nos dois dias foram registrados incidentes com motoristas que queriam seguir viagem e com uma mulher grávida. Nesta segunda-feira, de acordo com a Polícia Rodoviária, o movimento está pacífico, sem registro de incidentes.

Oeste paulista. Depois da trégua no fim de semana, caminhoneiros do oeste de São Paulo voltaram a ocupar a Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), em Tupi Paulista. Mais de 30 caminhões estão estacionados no trevo da cidade, bloqueado pela 1ª vez pelos grevistas.

Os grevistas tentam convencer colegas a aderir ao protesto nacional da categoria que exige, principalmente, redução nos preços do óleo diesel e do pedágio. A Polícia Rodoviária não informou o contingente de vigilantes para orientar o trânsito no quilômetro 658, em Tupi Paulista. A greve na região já dura uma semana.

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Rio Grande do Sul. A segunda-feira começou com novos bloqueios nas estradas do Rio Grande do Sul, mais de uma semana após o início dos protestos organizados por caminhoneiros autônomos. De acordo com o último boletim da Polícia Rodoviária Federal (PRF), até as 11 horas havia manifestação em 21 trechos de rodovias federais que cortam o RS. Entre as estradas afetadas está a BR-116, principal ligação com outros Estados do sul e a região sudeste. Também há registro de interdições em vias estaduais, como a RS-287.

Na madrugada de domingo para segunda-feira, um frigorífico localizado dentro da Centrais de Abastecimento (Ceasa) em Porto Alegre foi alvo da ação de criminosos. Os bandidos invadiram o local por volta das 4 horas, usando um acesso que fica em meio à vegetação e tem pouca visibilidade. Eles entraram na câmara fria, carregaram um caminhão da empresa com cerca de 4 toneladas de carne e saíram no início da manhã, em horário de movimento intenso. A Ceasa garante que a segurança está reforçada.

Nesta segunda-feira, a Assembleia Legislativa do RS realiza reunião extraordinária para ouvir as reivindicações do movimento de paralisação dos caminhoneiros e demais categorias. O objetivo é mediar uma negociação com o governo federal, se necessário. No sábado, a Justiça concedeu liminar determinando a desocupação de todas as rodovias estaduais. No dia anterior, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região já havia decidido pelo desbloqueio das vias federais. Ontem, o Estado chegou a ter todas as estradas liberadas por manifestantes.

Região Sul. Depois de um fim de semana em que o Sul concentrou boa parte das interdições, Santa Catarina e Paraná mantêm bloqueios em diversos trechos de rodovias estaduais e federais. Na região litorânea catarinense, no início da manhã manifestantes também impediam a entrada de caminhões no Porto de Itajaí e no terminal portuário da Portonave, na cidade de Navegantes.

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O Paraná tem cinco manifestações em rodovias estaduais. Na PR 488, quilômetro 1; PR 182, quilômetro 322; PR 180, quilômetro 203 e PR 472, quilômetro 0, está liberada a passagem de carros, ambulâncias, cargas perecíveis e vivas. Na PRC 466, quilômetro 100, os caminhoneiros são apenas convidados a participar da manifestação. Não há bloqueio na rodovia e os caminhões estão estacionados em pátios nas margens da estrada.

Os protestos, que ocorrem há mais de dez dias em algumas cidades, têm prejudicado o trabalho de frigoríficos, que não conseguem escoar o produto final nem receber matéria-prima para abate. Muitas granjas também estão sem ração para alimentar aves e suínos. No caso da indústria leiteira, igualmente prejudicada, a dificuldade de coletar o produto nas propriedades rurais obrigou fazendeiros a jogar leite fora. (Chico Siqueira, Gabriela Lara e Sandro Villar)

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