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Carros mais eficientes devem reduzir em R$ 2 bi gastos com combustível

Resultado é decorrente da melhora na eficiência energética dos automóveis brasileiros, objetivo estabelecido no programa Inovar-Auto; veículo com motor 1.0 novo gasta, em média, R$ 900 a menos por ano em combustível do que há cinco anos

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O proprietário de um carro com motor 1.0 novo, antigamente chamado de “popular”, gasta, em média, R$ 900 a menos por ano em combustível em comparação a cinco anos atrás. A economia é decorrente da melhora na eficiência energética dos automóveis brasileiros, medida estabelecida no programa Inovar-Auto e que passou a ser obrigatória a partir do ano passado.

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Rendimento médio de um carro com motor 1.0, que era de 14 km por litro na estrada em 2012, hoje é de 16,6 km/l Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 21/7/2017

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Só neste ano, a estimativa é de que R$ 2 bilhões deixarão de ser gastos em combustível, montante que, no acumulado de seis anos, atingirá economia de cerca de R$ 44 bilhões, segundo cálculos da consultoria Bright, que assessora o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) na discussão de políticas automotivas.

O dado da economia total leva em conta o aumento médio de 15% na eficiência energética dos automóveis (exceto os movidos a diesel), porcentual que deverá ser cumprido pelas fabricantes até 2022, quando novas metas de redução entrarão em vigor. A conta também inclui a projeção de vendas de carros e comerciais leves flex nesse período.

No caso dos modelos compactos com motor 1.0, o rendimento médio na estrada era de 14 km por litro de gasolina em 2012, média que hoje é de 16,6 km/l. Com isso, um automóvel que percorreu 20 mil km em um ano consumiu 224 litros a menos, deixando de gastar R$ 896, cálculo que considera o preço atual do combustível, de cerca de R$ 4 por litro.

Meta mínima. Com novas metas a serem estabelecidas no programa Rota 2030 (substituto do Inovar-Auto, que aguarda aprovação do Ministério da Fazenda), para valerem a partir de 2022 em uma das etapas, e a partir de 2027, na etapa seguinte, “o carro brasileiro terá condições de competir em qualquer mercado global em termos de legislação de emissões e consumo”, afirma Paulo Cardamone, chefe de estratégia da Bright.

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Segundo ele, o mínimo a ser estabelecido deve ser de melhora de 12% na eficiência, mesmo porcentual exigido no Inovar-Auto. No programa anterior, cada montadora tinha de atender a meta mínima de reduzir em 12% a média de consumo de seus modelos. Empresas que atingissem redução de 15,4% receberiam como “prêmio” desconto de 1 ponto porcentual no IPI. Quem fosse além e atingisse 18,8% teria direito a desconto de 2 pontos de IPI.

Segundo o Mdic, oito empresas melhoraram a eficiência de seus produtos em 15,4% – Audi, Honda, Mercedes-Benz, Nissan, PSA (Peugeot e Citroën), Renault, Toyota e Volkswagen. Ford e General Motors foram as únicas a atingirem redução na casa dos 18%. As demais cumpriram a meta de 12%.

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O carro mais vendido do mercado, o Chevrolet Onix, teve seu consumo reduzido em 18%. Para atingir esse porcentual, uma das medidas adotadas, segundo a General Motors, foi a redução do peso do veículo em 32 quilos. “Mais de cem componentes foram retrabalhados, aumentando a aplicação de aço de alta resistência em painéis e reforços”, informa a fabricante.

Passaram por mudanças, sejam tecnológicas ou de peso, componentes como motor, transmissão, suspensão, freio, pistões, bielas e anéis. Mudanças foram feitas na aerodinâmica do modelo e o câmbio passou a ter seis marchas nas versões manual e automática.

Nos cálculos do Mdic, além da redução do consumo, os carros com motores mais eficientes vão evitar a emissão de 1 milhão de toneladas de gás carbônico por ano.

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Inspeção veicular. Cardamone lembra que outra medida já aprovada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), para entrar em vigor em 2019, é a obrigatoriedade de inspeção veicular em todo o País.

A vistoria para avaliar as condições de segurança e de emissões de poluentes será feita em veículos com mais de três anos de uso. A previsão é de que cerca de 400 mil carros serão excluídos anualmente da frota nacional, hoje estimada em 42 milhões de veículos.

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Veículos terão mais itens de segurança

Os carros brasileiros também ficarão mais seguros. Assim como ocorreu com a obrigatoriedade de saírem de fábrica com airbag e freio ABS, o Conselho Nacional de Trânsito (Contram) aprovou no fim de 2017 uma lista de 13 itens de segurança que deverão estar em todos os veículos novos nacionais e importados.

As regulamentações serão publicadas ao longo dos próximos quatro anos, e cada uma delas indicará a data limite para os equipamentos serem incorporados pelas fabricantes, que terão tempo para modificar os novos projetos.

A lista contém alerta de frenagem emergencial, câmara de ré, aviso de afivelamento de cintos de segurança, aviso de manutenção de faixa, frenagem automática emergencial e gravador de dados de acidentes de trânsito (uma espécie de caixa preta, como há nos aviões). Também serão estabelecidas novas normas para buzinas, retrovisores, dobradiças e fechaduras, reforços estruturais para proteção contra impactos frontal, traseiro e lateral e itens de acessibilidade.

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