A elétrica mineira Cemig anunciou ontem um plano de desinvestimentos que inclui ativos que somam valor patrimonial de R$ 6,56 bilhões. A empresa informou ao mercado espera se desfazer de pelo menos 50% dos negócios até o primeiro semestre de 2018.
O plano de venda de ativos tem como objetivo a redução da pesada dívida da companhia. Somente até o fim de 2019, os vencimentos de obrigações da companhia somam R$ 10 bilhões.
As vendas de ativos vão incluir o negócio de geração da controlada Light, fatias nas transmissoras Taesa e Transmineira e as participações da empresa nas grandes hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte.
Na Taesa, a Cemig venderá 19% dos 31,5% que detém. Nas grandes hidrelétricas, buscará vender todas as participações. A companhia também pretende se desfazer das subsidiárias de gás e telecomunicações, Gasmig e Cemig Telecom, e encontrar um sócio para a Renova, de geração de energia limpa.
O diretor de desenvolvimento de negócios da Cemig, Cesar Vaz de Melo, disse que o objetivo é reduzir a relação entre dívida líquida e geração de caixa da empresa a um patamar “aceitável” de 2,5 vezes, ante 4,2 vezes ao fim deste primeiro trimestre.
Segundo ele, muitas das negociações pelos ativos já estão em estágio avançado, e em alguns casos há propostas não vinculantes. “Não há dúvidas da administração da Cemig com relação à efetiva venda desses ativos.”
Também estão na lista de desinvestimentos pequenas hidrelétricas e subsidiárias com portfólio de projetos na área, como as usinas Cachoeirão, Pipoca e Paracambi e as subsidiárias Guanhães Energia, Brasil PCH e Espra.
Sócio estratégico. A Cemig espera receber ainda nesta semana uma proposta para entrada de um sócio estratégico em sua controlada Renova Energia, o que acabaria com a necessidade de injetar recursos na empresa.
Já a Light Energia, com ativos de geração, deve ser vendida para a Aliança, uma joint venture da Vale com a Cemig que opera uma série de hidrelétricas.
Em Santo Antônio e Belo Monte, a Cemig tem conversado com outros sócios dos empreendimentos para conduzir as vendas. Em Belo Monte, a prioridade é resolver algumas pendências, como a venda de uma fatia da energia da usina que ainda está descontratada. /REUTERS