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Cenibra prevê escassez de celulose no mercado em 2011 e 2012

Por CAROLINA MARCONDES
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O oferta de celulose no mercado internacional pode se tornar restrita em 2011 e 2012, mas pode crescer de forma excessiva a partir de 2013, gerando um movimento de redução de preços. A previsão é do presidente da Cenibra, Paulo Eduardo Rocha Brant. De acordo com o executivo, que desde abril está no comando da terceira maior produtora de celulose do Brasil, atrás de Fibria e Suzano, mesmo com a oferta apertada de celulose os preços tendem a ficar estáveis nos próximos dois anos. "Hoje o preço da celulose está justo, mas 2012 pode ser bem apertado se a demanda crescer 3 por cento ao ano", disse em entrevista à Reuters nesta quarta-feira. Ele não acredita na possibilidade de redução de preços entre 2011 e 2012. "Não há nenhuma nuvem negra sobre o setor... Mas, com o aumento da oferta, haverá redução de preços a partir de 2013, com excesso de oferta em 2014 e 2015." No final de 2012, inicia operação a primeira fábrica da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (MS). Nos anos seguintes, devem entrar as novas unidades da Suzano no Nordeste e a esperada ampliação da Fibria em Três Lagoas, além do provável aumento de capacidade da Veracel, joint-venture de Fibria e Stora Enso. Brant disse que a Cenibra decidirá no início de 2011 sobre seu projeto de crescimento em Novo Oriente (MG), que acrescentará 850 mil toneladas à produção anual da companhia, que atualmente é de 1,2 milhão de toneladas de celulose. Essa nova capacidade entraria em operação em 2014 ou 2015. A Cenibra é controlada pela Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development (JBP), que, por sua vez, é formada por empresas como Oji Paper, Itochu Corporation e Japan Bank for International Cooporation, um banco de fomento. Noventa e dois por cento da produção da companhia é destinada ao mercado externo, sendo que 20 por cento do total vai para o Japão. AMPLIAÇÃO O presidente da Cenibra disse que o projeto de ampliação da empresa foi definido antes da crise financeira. Ele calcula que somente os investimentos industriais deverão ser de 1 bilhão de dólares. "É preciso definir se manteremos o alto nível de florestas próprias", disse. Dos 130 mil hectares de florestas de eucalipto usadas pela Cenibra, cerca de 20 mil estão em terras de terceiros. As atuais florestas plantadas seriam capazes de garantir um incremento de 10 a 15 por cento na produção. "Se plantarmos o restante, a nova linha ficaria pronta em 2016, mas temos a alternativa de comprar madeira, o que poderia fazer com que a produção começasse em 2014 ou 2015." Como alternativas de financiamento, Brant destacou que a Cenibra tem entre os sócios um banco japonês de fomento, "mas o BNDES tem linhas de financiamento interessantes". O presidente da Cenibra disse que não existe nenhuma negociação no momento para uma oferta de ações da Cenibra, mas não descartou a possibilidade de que isso aconteça no futuro. Brant também não descartou parcerias, seja para uma fábrica de celulose ou uma unidade de produção de papel integrada à uma linha de celulose da Cenibra. Contudo, destacou que no momento "todo o foco da Cenibra está em tomar uma decisão correta" sobre a ampliação de sua capacidade.

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