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Charles Dallara, do IIF, pede menos pressão sobre a Grécia

Representante dos bancos privados nas negociações em torno da reestruturação da dívida grega advertiu que pressão pode provocar a saída do país da zona do euro

Por Ricardo Gozzi e da Agência Estado
Atualização:

Charles Dallara, o homem que representou os bancos privados nas negociações em torno da reestruturação da dívida da Grécia, pediu hoje que se faça menos pressão sobre Atenas e advertiu que isso poderia provocar uma devastadora saída da Grécia da zona do euro.

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"O efeito do contágio sobre o restante da Europa poderia ser imenso se a Grécia saísse desordenadamente do euro", declarou Dallara, presidente do Instituto Internacional de Finanças (IIF) durante um evento em Dublin. Na avaliação de Dallara, uma eventual saída da Grécia da união monetária europeia poderia afetar duramente o capital do Banco Central Europeu (BCE) e ainda levar o mundo a uma nova recessão econômica. "Os custos da saída para a Grécia, para a Europa e para a economia global provavelmente seriam imensos", declarou.

Dallara enfatizou, no entanto, que a saída da Grécia da zona do euro está longe de ser inevitável. Segundo ele, é preciso dar tempo para que a Grécia resolva o impasse político interno provocado pelo resultado das eleições no início do mês e diminuir a pressão externa para que o país implemente medidas de austeridade.

"Ao invés de promover credibilidade fiscal, isso na verdade minou a credibilidade", observou. "Certamente o ritmo da consolidação fiscal inserido nos programas da Grécia - e eu diria que isso também vale para Portugal e Espanha - não foi produtivo. Cada rodada de cortes no orçamento contribuiu para um momento seguinte de debilidade econômica."

Dallara criticou especificamente os credores institucionais da Grécia, como a União Europeia (UE), o BCE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), por estarem insistindo demais na implementação de medidas de austeridade. As informações são da Dow Jones.

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