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Chery tenta atrair 25 fornecedores para SP

Cerca de 60% das empresas devem ser chinesas; meta é elevar para 70% o conteúdo nacional nos veículos

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Produção do Celer começou em fevereiro Foto: José Patrício/Estadão

A montadora chinesa Chery espera atrair 25 fabricantes de autopeças e empresas de serviços e logística para seu parque automotivo, ao lado da fábrica inaugurada em agosto em Jacareí (SP). Se confirmado, o projeto resultará num investimento conjunto de US$ 300 milhões.

O montante se somará aos US$ 400 milhões aplicados pelo grupo na construção da fábrica, totalizando US$ 700 milhões. O anúncio do projeto foi feito ontem durante evento no Rio de Janeiro com a participação do primeiro-ministro da China, Li Keqiang.

A previsão é de que o polo automotivo fique pronto em dois anos. A ideia é ter no local 12 autopeças, cinco afiliadas (empresas que virão com parceria ou contratos exclusivos com a Chery), duas sistemistas, duas empresas de logística e três de serviços em geral.

O vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi, acredita que 60% dessas empresas serão chinesas. Elas terão incentivos do governo da China para se instalarem no Brasil, como parte dos acordos comerciais que os dois países estão fazendo.

"A Chery está trabalhando em parceria com a Investe SP (do governo do Estado), que vai prestar assessoria aos interessados, e com a prefeitura de Jacareí para viabilizar este projeto o mais rápido possível e facilitar a vinda das empresas para a região", afirma Curi.

Por enquanto, duas empresas estão confirmadas para o polo: a unidade de motores do grupo Chery, a Acteco - que será transferida de outra área do próprio município -, e a empresa de logística Brazul.

Segundo Curi, o polo "é imprescindível para o futuro da Chery, pois vai racionalizar e otimizar a logística e entrega de produtos, e reduzir custos". Com o projeto, diz o executivo, "a operação ficará muito mais brasileira e protegida da volatilidade cambial."

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Atualmente, 32% das peças usadas no modelo Celer, por enquanto o único a ser produzido em Jacareí, são nacionais e o restante é importado da China. A meta da empresa é ter 70% de conteúdo nacional e o parque de fornecedores locais terá importante participação nessa nacionalização.

Greve.

A fábrica da Chery foi inaugurada em agosto, mas só iniciou a produção comercial do Celer em fevereiro. Cerca de um mês depois, a empresa enfrentou greve de um mês dos funcionários por melhores condições de trabalho.

Em razão da parada, o início da produção do compacto QQ foi atrasado em um mês, para setembro. O terceiro modelo da linha, o utilitário Tiggo, está previsto para 2016.

Diante da longa greve e das condições do mercado brasileiro, Curi reduziu de 25 mil para 10 mil a previsão de vendas para este ano. É a segunda revisão para 2015, que inicialmente era de vender 30 mil veículos.

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